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Censo

Ensino superior: Brasil tem mais vagas na educação a distância do que presencial

O MEC apresenta os dados do Censo da Educação Superior de 2018 (Foto: Flickr MEC)

Na manhã desta quinta-feira (19), o Ministério da Educação (MEC) apresentou publicamente dados do Censo da Educação Superior de 2018. O fenômeno que mais chama a atenção da pasta está relacionado à oferta de vagas: pela primeira vez, o número disponível de vagas na graduação a distância supera o total de oportunidades no ensino presencial.

Segundo o MEC, essa é uma tendência mundial que deve se consolidar no Brasil. No entanto, a rede presencial ainda recebeu mais novos alunos (28% do total), em 2018, do que a rede a distância (21% do total).

No ano passado, o país ofertou mais de 7 milhões de vagas na modalidade a distância; em contrapartida, foram cerca de 6,3 milhões no ensino presencial.

"O número de ingressos, em cursos de graduação a distância, tem crescido substancialmente nos últimos anos, dobrando sua participação, no total de ingressantes, de 20% em 2008 para 40% em 2018", diz o relatório. Por outro lado, nos últimos 5 anos, os ingressos nos cursos de graduação presenciais diminuíram 13%.

O ministro Abraham Weintraub aproveitou o início da coletiva para afirmar que todo o "terrorismo" feito pelos críticos ao governo sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorrerá em 45 dias, não está se materializando. "Tudo está correndo absolutamente normal, perfeitamente. Continuamos tranquilos e otimistas", disse.

Ele também relembrou dados apresentados pela OCDE, recentemente, no relatório Education at a Glance. No Brasil, mais da metade dos jovens que ingressam no ensino superior desistem da graduação ao longo do tempo (neste caso, pode-se considerar como desistência a troca do curso); o índice de pessoas que ficam muito mais tempo do que o ideal na universidade também é alto: 50%. Isso, afirma o ministro, gera "desperdícios".

Ao mesmo tempo, jovens de baixa renda e que utilizam financiamento para ingressar no ensino superior são os que menos desistem de estudar. "Os que vendem almoço para comprar o jantar, são esses que entram no curso e levam a sério, que fazem mais do que os outros. É onde tem a menor taxa de fracasso", comentou o ministro. "Mesmo enfrentando todas as dificuldades, esses jovens têm sucesso maior do que os que são sustentados pelos pais".

Muitas vagas, menos matrículas

Embora o ensino superior brasileiro ofereça mais de 13.529 milhões de vagas, pouco mais de 8 milhões são preenchidas.

O censo também mostra que a modalidade de ensino superior presencial recebeu 2 milhões de novas matrículas. O ensino a distância, enquanto isso, 1,3 milhão.

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