Wemerson da Silva Nogueira, finalista, em 2017, do prêmio considerado o "Nobel de Educação", o Teacher Global Prize, e vencedor do prêmio "Educador nota 10" edição 2016, acaba de ser proibido de trabalhar na educação do estado do Espírito Santo por, pelo menos, nos próximos cinco anos.
De acordo com Tarcísio Batista Bobbio, corregedor da Secretaria de Educação do Estado, Nogueira apresentou diplomas falsos de licenciatura nos cursos de Química e Ciências Biológicas na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes).
"Em 2016, o setor de auditoria da educação suspeitou de um documento que ele apresentou de declaração de conclusão de curso, licenciatura em Química e Ciências Biológicas na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes)", disse o corregedor. "Contatamos a universidade e ela confirmou que os documentos são falsos. Tanto os dois diplomas de graduação e um de pós-graduação".
A decisão de afastamento é do Governo e foi anunciada nesta semana no Diário Oficial do Estado. "Prática de ilícito administrativo", consta no documento, que ainda declarou a "incompatibilidade do ex-servidor público WEMERSON DA SILVA NOGUEIRA (...) para nova investidura em cargo ou função pública estadual, por 05 (cinco) anos".
Nogueira foi selecionado ao prêmio "Educador Nota 10", promovido pela fundação Victor Civita, pelo projeto "Filtrando as Lágrimas do Rio Doce". Ele incentivou seus alunos "a estudar os impactos causados na água do Rio Doce pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015", diz o site da fundação.
Em 2018, Nogueira foi o único brasileiro finalista do Teacher Global Prize. O evento é considerado a maior premiação de educação no mundo. Em 2019, a professora Débora Garofalo, de São Paulo, chegou à final pelo projeto "Robótica com Sucata".
"Falso protagonismo" na educação brasileira
Um caso semelhante de "falso protagonismo" na educação do país foi exposto em maio deste ano. A professora de Ensino Técnico Joana D'Arc Félix de Sousa, 55, cuja "história de superação" iria virar filme, teria fraudado um certificado da Universidade de Harvard.
Na época, o jornal O Estado de S. Paulo pediu à professora uma cópia dos documentos de sua formação na instituição. Ela enviou ao jornal um certificado de 1999, com o brasão de Harvard, seu nome e o grau de "Postdoctoral in Organic Chemistry". Em contato com a própria instituição de ensino, o veículo acabou descobrindo que o documento era falso.
Leia, aqui, o imbróglio completo.
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