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No Colégio Atuação, alunos recebem um reforço de alimentação depois que se identificou que 70% deles não tomavam café da manhã. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
No Colégio Atuação, alunos recebem um reforço de alimentação depois que se identificou que 70% deles não tomavam café da manhã.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Quando uma criança está sonolenta na aula, sem atenção ou vontade de aprender, é bom rever o cardápio e caprichar na alimentação. Ao chegar à escola em jejum, ela tem dificuldade para acompanhar o conteúdo e, consequentemente, isso prejudicará seu desempenho, crescimento e desenvolvimento físico e intelectual. O café da manhã é refeição fundamental para a reposição dos nutrientes que o organismo absorveu durante a noite, e é essencial para que o corpo desempenhe suas funções de forma eficiente. Especialistas relatam que é preciso se alimentar de forma equilibrada até duas horas depois de acordar. Se o mau desempenho e desmotivação continuar mesmo depois de um período com um café reforçado, é importante verificar se não se trata de anemia, um dos maiores causadores de baixo desempenho escolar.

Bom desempenho depende de boas escolhas de alimentos

Alimentos industrializados e fast-foods carecem de nutrientes; na escola, é preciso fazer refeições de qualidade

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Lancheira de ouro

A lancheira perfeita é aquela que sempre é variada, contendo os três grupos de nutrientes necessários: proteínas (carne vermelhas e brancas, queijos), carboidratos (frutas, verduras, legumes e farinhas) e ácidos graxos (ou gorduras, azeite, azeitona, abacate, óleo de coco, castanhas).

A influência da alimentação no aprendizado tem rendido pesquisas em diversas partes do mundo. Um deles ouviu 500 professores no estudo chamado “Fome na sala de aula”, liderado recentemente na Austrália pela organização Foodbanker. Os resultados demonstraram que estudantes deixam de aproveitar pelo menos duas horas de aprendizado quando vão à escola com fome e essa é a prática de pelo menos três alunos em cada turma. No geral, 67% dos professores disseram que as crianças vão à aula em jejum, sendo o número ainda maior nas escolas públicas e em áreas rurais. A dinâmica do trabalho também é afetada, mais de 80% dos professores ouvidos disseram que o trabalho é maior quando há na sala de aula crianças com fome.

Para crescer forte

Os primeiros anos de vida funcionam para as crianças como uma reserva. Se ela recebe na primeira infância os nutrientes de que necessita, tem mais chances de ser saudável e ter bom desempenho na escola. Se alimentar bem, ajuda o sistema imunológico, que previne doenças, e contribui para o desenvolvimento do cérebro.

No mesmo caminho do estudo australiano, uma pesquisa feita pelos próprios estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental da Escola Atuação, de Curitiba, descobriu que 70% dos alunos chegavam à escola sem ter se alimentado pela manhã. A turminha levou os dados até a direção, que decidiu oferecer um reforço de café da manhã durante os períodos de revisão e fechamento do bimestre.

Com os 15 minutos regados a chá de erva-cidreira cultivada pelos alunos e biscoitos preparados na própria escola, houve grande mudança no comportamento dos estudantes. “Após a pausa para o café, eles ficam mais atentos e proativos para a aprendizagem. Além disso, estes minutos em que o professor serve o aluno e conversa com ele e seus colegas é muito valioso para reforçar vínculos. Muitos relatam também que o café ajuda a tranquilizá-los para as provas”, conta a psicopedagoga e diretora da escola, Esther Cristina Pereira.

Fruta, salada e muitos legumes refogados entre arroz integral, feijão e guloseimas saudáveis. A turminha de 3 a 11 anos que passa mais de 7 horas no Colégio Positivo Jardim Ambiental, tem tudo isso distribuído nas quatro refeições diárias. Segundo Silvana Baú, gestora do Ensino Bilíngue, além de ofertar opções nutritivas, as crianças se alimentam coletivamente, uma se inspirando na outra, em meio a eventos e atrações que visam chamar a atenção para alimentação equilibrada. “Uma criança acaba entusiasmando e levando as outras a provarem comidas que não fazem parte do seu cardápio normal. Montamos pratos com carinhas feitas com alimentos, cada mês há um dia temático com culinária saudável de um país e temos os almoços festivos em datas comemorativas”, conta. Se comer bem vira uma festa e não uma obrigação, fica fácil ter estudantes prontos para aproveitar todo o potencial nos estudos.

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