O Conselho de Educação da Califórnia implementou um currículo progressista de educação sexual e de gênero nas escolas públicas do estado, independentemente, em alguns casos, do conhecimento ou consentimento dos pais.
Grupos de esquerda, incluindo o Planned Parenthood, colaboraram na elaboração dos projetos de lei AB-329, em 2016, e da Estrutura Curricular de Educação para Saúde, divulgada em maio último, conforme revelou um vídeo do grupo conservador Our Watch.
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Ambas as propostas obrigam as escolas a incluir aulas de educação sexual e incentivar os alunos a questionar seus pais a propósito de tópicos sexuais. Tais assuntos serão explorados nos currículos de educação sexual implementados nas escolas da Califórnia, do jardim de infância ao último ano do nível médio.
A Lei da Juventude Saudável da Califórnia torna a educação sexual obrigatória em todas as séries
O AB-329, também conhecido como Lei da Juventude Saudável da Califórnia, foi criado em 2016 e tem vários objetivos.
O projeto de lei visa ensinar os alunos do ensino médio e fundamental a evitar HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis; explicar “atitudes saudáveis” em relação a orientação sexual, gênero e relacionamentos; “promover uma compreensão da sexualidade como parte normal do desenvolvimento humano”.
A proposta também promete “fornecer aos educadores ferramentas e orientações claras para alcançar esse objetivo”.
O AB-329 permite aos pais decidir se seus filhos participarão das aulas de educação sexual. No entanto, a lei proíbe que pais excluam filhos de aulas que discutam gênero, identidade de gênero, expressão de gênero e orientação sexual.
De acordo com um folheto da ACLU, a lei ainda proíbe qualquer discussão acerca de doutrinas religiosas e do ensino de abstinência como único método preventivo.
O folheto acrescenta que, a partir da sétima série, as crianças devem aprender “todos os métodos aprovados pela FDA para prevenir gravidez e a transmissão de HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (incluindo preservativos, contraceptivos e tratamento antirretroviral) e abstinência”.
Os educadores devem “reconhecer as diferentes orientações sexuais e ser inclusivos”
O Conselho de Educação da Califórnia apresentou em maio a Estrutura Curricular de Educação para Saúde – um currículo de educação sexual que preocupou algumas famílias da Califórnia, conforme informou o Christian Post no mesmo mês.
O Estrutura Curricular bebeu na mesma fonte da lei AB-329 e incluiu livros e materiais suplementares, como o best-seller da Amazon S.E.X.: The All-You-Need-to-Know Sexuality Guide to Get You Through Your Teens and Twenties (SEXO: O Guia Completo de Sexualidade da Adolescência aos Vinte e Poucos Anos, em tradução livre), um livro que descreve a atividade sexual e a teoria do gênero.
Ainda segundo Christian Post, esse e vários outros livros foram removidos do currículo pelo Conselho de Educação do estado após a indignação das famílias californianas
A Estrutura Curricular de Educação para Saúde observa que, conforme exigência da lei AB-329, os professores devem “reconhecer afirmativamente diferentes orientações sexuais e ser inclusivos das relações entre pessoas do mesmo sexo nas discussões” e “ensinar sobre gênero, expressão de gênero, identidade de gênero e o dano dos estereótipos negativos de gênero”.
Entre os membros do Conselho para a Estrutura Curricular estavam representantes da secretaria de educação, professores e acadêmicos de toda a Califórnia, além de uma enfermeira escolar.
A diretora de educação comunitária da Planned Parenthood, Amy Streavel, também participou do Conselho, de acordo com o Departamento de Educação da Califórnia.
Em resposta à The Daily Caller News Foundation, uma porta-voz do Departamento de Educação da Califórnia citou principais finalidades da Lei da Juventude Saudável da Califórnia, bem como as seções do Código de Educação do estado, que dão aos pais o direito de excluir seus filhos das aulas de educação sexual. No entanto, ela não respondeu quando solicitada a fazer mais comentários.
A Planned Parenthood não respondeu às nossas solicitações para comentar o caso.
Pais reagem ao currículo “Positive Prevention Plus”
John Andrews, um pai do distrito escolar de Murrieta, Califórnia, afirmou que as escolas em seu distrito estão usando o currículo de educação sexual do programa Positive Prevention Plus, que contém fotos explícitas e ilustrações de atividade sexual.
“Sexo anal e oral são ensinados como alternativa ao sexo regular para não engravidar”, disse Andrews em vídeo publicado no dia 26 de junho Our Watch. O vídeo não tinha recebido nenhuma cobertura da mídia local ou nacional, até que um informante alertou a The Daily Caller News Foundation.
“O currículo fala sobre masturbação mútua”, acrescentou.
“Eles discutem papéis de gênero, o espectro de gênero... e os materiais de apoio vão ainda mais longe. Eles falam sobre tudo – interpretação de papéis sexuais para diferentes gêneros, jogos com sangue, barreira dental... Ou seja, tudo mesmo”.
“Se eu mostrasse esse material a uma criança, teria problemas jurídicos”, disse Andrew. “Mas, de alguma forma, nossas escolas públicas podem ensinar isso para crianças do ensino fundamental ao médio.”
O currículo é descrito como “a melhor fonte baseada em evidências para Educação em Saúde Sexual e Prevenção de Gravidez na Adolescência da Califórnia”.
O programa alega cumprir integralmente as Normas de Educação para Saúde da Califórnia e dos EUA, e o Código de Educação da Califórnia, incluindo a “Lei da Juventude Saudável da Califórnia”.
De acordo com o site oficial, o Positive Prevention Plus foi criado em 1993 para desenvolver um currículo de prevenção de AIDS e HIV, mas os códigos de Educação da Califórnia instituídos em 2004 começaram a especificar “educação para prevenção da gravidez na adolescência”.
Resultados de pesquisas incluídos no currículo mostram que o uso do programa Positive Prevention Plus resultou num maior uso de “serviços de saúde reprodutiva”, maior uso de serviços contraceptivos e melhorias significativas no “atraso no início da atividade sexual”.
ACLU treina os professores para ignorar a autoridade dos pais
O vídeo publicado em junho pela organização Our Watch mostra uma variedade de fatores envolvidos nos programas liberais de educação sexual da Califórnia.
O pastor Tim Thompson contou que decidiu publicar o vídeo com a ajuda da Our Watch para ajudar a conscientizar os pais acerca dos programas educacionais sexuais da Califórnia.
“Sabíamos que os pais tinham que ver por si mesmos senão eles não iriam acreditar”, disse Thompson.
O vídeo retrata a advogada da ACLU Ruth Dawson instruindo os professores sobre como ajudar as alunas a fazer abortos sem o conhecimento ou consentimento dos pais.
“Independentemente da idade da aluna, ela pode entrar no consultório de um médico e autorizar esses serviços sem o consentimento dos pais”, diz Ruth no vídeo, referindo-se a um aborto quando diz “esses serviços”. A princípio, ela não foi identificada corretamente no vídeo.
A advogada da ACLU observa que os serviços incluem pré-natal, contraceptivos, contraceptivos de emergência e aborto.
“E para esses serviços não é preciso notificar os pais”.
“O estado da Califórnia decidiu que esses serviços são tão importantes que será permitido que menores de idade procurem um consultório ou clínica e autorizem o médico”, acrescentou Dawson. “Por serem tão importantes, as alunas precisam ter acesso a eles”.
Em declaração, ACLU garantiu que todas as declarações feitas por representantes da ACLU durante a reunião estão “de acordo com a lei da Califórnia”, e afirma que o vídeo foi adulterado.
No entanto, quando pressionada, a ACLU não comentou quais aspectos do vídeo foram adulterados.
Ativistas e especialistas opinam sobre o tema
A autora de Get Out Now: Why You Should Pull Your Child from Public School Before It 's Too Late (Saia Agora: Por que Você Deveria Tirar Seus Filhos da Escola Pública Antes que Seja Tarde Demais, em tradução livre), Mary Rice Hasson, acredita que a maioria dos pais desconhece o conteúdo ao qual seus filhos estão sendo expostos e que, muitas vezes, eles são expostos sem a permissão familiar.
Segundo Mary, que também é advogada e diretora do Fórum das Mulheres Católicas, “o currículo de “saúde” sexual e de gênero da Califórnia mostra às crianças imagens explícitas, normaliza a atividade sexual pervertida e ensina às crianças que sua identidade básica – como homem ou mulher – é algo fluido ou mutável”. Ela acrescentou ainda que as escolas enxergam os pais como “obstáculos ou barreiras em seus esforços para doutrinar uma geração inteira”.
“Os pais – especialmente os religiosos – são retratados como ignorantes ou não confiáveis quando se trata de questões de identidade ou atividade sexual – como se apenas as escolas pudessem ser confiáveis para ‘proteger’ as crianças e ensiná-las sobre tudo”, disse Mary.
A Diretora Executiva da organização Direitos dos Pais na Educação, Suzanne Gallagher, disse à The Daily Caller News Foundation que as escolas públicas dos EUA estão promovendo uma crise cultural nacional.
A organização de Gallagher procura manter as famílias atualizadas sobre as violações dos direitos dos pais nas escolas públicas do país.
“Há uma agenda política muito clara para destruir a família tradicional nos EUA”, denuncia Gallagher. “Até agora, a família americana era considerada a base da vida cívica; a menor forma de governo, onde as crianças aprendem a ter responsabilidade, respeito pela autoridade e orgulho do país”.
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©2019 Daily Signal. Original em inglês.