O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), afirmou que o novo governo quer que as crianças estudem em tempo integral nas escolas públicas. Santana também disse que o currículo escolar deve valorizar temas como democracia, cidadania e ética e, ainda, que os estudantes precisam debater política na escola. As afirmações foram feitas em entrevista ao jornal Estadão.
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O ministro defendeu escolas em ensino integral para todas as séries. “Mas, claro, vamos definir planejamento, que se inicia pelo médio, nas últimas séries do fundamental, os anos mais delicados para o jovem”, disse. Para isso acontecer, ele comentou que o ministério quer apresentar um plano para os próximos cem dias.
Questionado sobre o alto custo das escolas em ensino integral, Camilo frisou que se o Brasil quer priorizar a educação, essa temática precisa ser discutida. “Mas nada pode ser feito sem planejamento. Quem vai tomar essa decisão será o presidente”. Já sobre as escolas cívico-militares, ele não afirmou que irá fechar imediatamente, mas que, no momento, solicitou um estudo de resultados do programa. Já a política de alfabetização foi extinta por Camilo, pois, segundo ele, “não tem indicadores e já recebeu várias reclamações”.
Porém, na verdade, a Política Nacional de Alfabetização (PNA) promovida pela extinta Sealf de Bolsonaro obteve bons resultados, reconhecidos pela OCDE, se comparados aos dos governos petistas, que tiveram um desempenho ruim nesse quesito: em 2017, após quase 14 anos do PT na Presidência da República, 33% das crianças no 5º ano do ensino fundamental no país apresentavam níveis sofríveis de escrita e leitura.
O ministro também afirmou que no currículo escolar deve ser estudado a valorização da democracia, cidadania e ética. “Quando discute matemática, discute a importância da liberdade de expressão, de crítica, pensamento e democracia”, expôs. Ainda, alegou que o governo anterior tinha um “viés ideológico muito forte” e que o “MEC foi praticamente desmontado”. Contudo, o governo de Bolsonaro (PL) buscou frear as ideologias nas escolas.
“Sou aquele que defende que tudo na vida é uma questão política. Não falo de política partidária. Quem define o salário mínimo é a política. Precisa ser discutida nas escolas, sindicatos, bares e condomínios”, falou o ministro.
Camilo também ressaltou que haverá investimento nas universidade e custeio de bolsas. Ele destacou que o presidente Lula (PT) quer fortalecer a autonomia universitária. O presidente já afirmou que irá nomear os reitores mais votados da lista tríplice das universidades.
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