Um levantamento da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) aponta que mais de 705 mil crianças estão cursando a série incompatível com a idade. A pesquisa foi feita nos 1.114 municípios que já solicitaram ao ministério tecnologias educacionais para a correção do fluxo escolar nos anos iniciais do ensino fundamental.
Os dados são preliminares e o número pode ser ainda maior. O Brasil possui hoje 46 milhões de alunos da educação básica na escola pública. Em 2009, a correção da chamada distorção idade-série será custeada pelo ministério. A secretaria aguarda a resposta de 193 dos 1.307 municípios prioritários das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação. Eles apresentaram baixos resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2007 e por isso recebem apoio técnico e financeiro do ministério.
O MEC oferece aos municípios três opções de tecnologias educacionais. Elas foram pré-qualificadas e compõem o Guia de Tecnologias Educacionais. São elas: correção de fluxo escolar na aprendizagem, desenvolvida pela organização não-governamental Geempa; programa de correção de fluxo escolar, do Instituto Alfa e Beto (IAB); e programa Acelera Brasil, do Instituto Ayrton Senna (IAS).
As tecnologias educacionais são como projetos pedagógicos que possuem estratégias e metodologias específicas para fazer com que o aluno recupere o conteúdo atrasado e avançe para a série correta. Elas trazem instruções desde a gestão educacional até como avaliar o processo de aprendizagem.
De acordo com o MEC, os dados informados pelos municípios apontam que 90% dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental freqüentam série incompatível com a idade. Mas segundo o coordenador-geral de Tecnologias da Educação, Cláudio André, é provável que esse número esteja incorreto. O ministério irá comparar os dados do Censo Escolar de 2008 e discutir esses índices com as secretarias de educação.