Que tal exercitar o cérebro da criançada nas férias? Pode parecer complicado, mas não é. Brincadeiras e passeios comuns nesta época do ano podem se tornar fortes aliados do aprendizado dos pequenos sem que eles percebam que, na verdade, estão treinando o raciocínio e a memória para iniciar o ano letivo em boa forma.
Antes de começar, é preciso um cuidado: nada do que for feito deve ter cara de atividade escolar, ser imposto para a criança. A ideia é que ela aprenda enquanto se diverte, sem ter aquela cobrança típica da sala de aula, sem se sentir no dever de ter horários para fazer tarefas e mostrar bom desempenho.
A primeira dica é transformar uma viagem em pequenas aulas de História e Geografia. Em uma cidade, procure localizá-la no mapa e visite monumentos e prédios históricos. Na praia, fale sobre animais marinhos e a vegetação. A coordenadora da educação infantil e do ensino fundamental do Colégio Expoente, Andrea Godoy, diz que não é preciso ser nada muito aprofundado. O estímulo de contar histórias ajuda a criança a lembrar conteúdos que aprendeu na escola.
Para os que estão em fase de começar a escrever pequenos textos, cerca de um ou dois anos depois da alfabetização, a sugestão é estimular que façam um diário com anotações de tudo que fizeram nas férias. Além de instigar a produção de texto, o exercício facilita a execução de atividades sobre o tema, que costumam ser cobradas no começo do ano.
Convívio
O convívio com a família é apontado pelos educadores como essencial no período das férias e ele também pode se transformar em uma ótima ferramenta de aprendizagem. "Os pais devem jogar com os filhos, montar barraca no meio da sala, contar histórias. Mesmo que eles saibam ler, o ato de contar aproxima a família e estimula a leitura", aconselha a orientadora educacional da educação infantil e do ensino fundamental do Colégio Dom Bosco, Andreia Cristina Goulin Guimarães.
Na hora de escolher livros para as férias, não há necessidade de se prender a títulos indicados pelos professores em sala de aula. As crianças podem passear pelas livrarias e bibliotecas e escolher o que interessar. "É natural que elas prefiram o que está na moda, que os colegas comentam ou que veem na televisão. Não tem problema, mas é bom que os pais, antes de dar o livro, verifiquem a indicação de idade", recomenda a psicopedagoga e professora de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Fabiane Lopes.
Revisão de conteúdo é tarefa da escola
A preocupação que a família deve ter em manter o filho ocupado nas férias com atividades estimulantes diz respeito ao desenvolvimento cognitivo da criança, para torná-la mais atenta ao mundo ao seu redor e mais ágil no raciocínio. Isso vai ajudá-la a ter melhor desempenho, mas não tem ligação direta com o conteúdo escolar. Se a criança não se lembrar de algo estudado no ano anterior, esse é um problema a ser resolvido pela escola.
A coordenadora educacional do Colégio Expoente Andrea Godoy explica que todas as instituições de ensino fazem uma espécie de adaptação nas duas primeiras semanas de aula para que o conteúdo do ano anterior seja retomado. "Os professores costumam também fazer uma espécie de diagnóstico da turma, saber o que ela lembra e em que ponto deve começar os novos conteúdos."
Agilidade
Uma criança que foi estimulada no período de descanso estará mais ágil para as atividades escolares e terá também a chance de um rendimento maior. Segundo os educadores, é visível a diferença de desempenho daqueles que recebem estímulo de leitura e jogos em casa, em comparação com os filhos de pais que tornam as atividades mais simples em conhecimento.
Como você costuma estimular seu filho durante o período de férias?
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