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Cientistas denunciam falta de rigor em artigos científicos

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(Foto: Pixabay/)

Dados falsos, pouco significativos, mutilados ou impossíveis de conferir. Essas são algumas das falhas que comprometem a credibilidade de pesquisas recentes, de acordo com artigo publicado pela revista Nature Human Behavior, assinado por dez cientistas, quase todos de universidades norte-americanas e britânicas.

A partir da análise de artigos científicos publicados nos últimos anos, os pesquisadores alertaram para a ineficácia e a perda de tempo de muitos estudos, além do desperdício de investimento. No texto, os cientistas apontam práticas malfeitas ou obscuras em diferentes aspectos da investigação: na metodologia, no pré-registro e na publicação dos estudos, na falta de transparência ao explicar como se chegou a um determinado resultado e também sobre os patrocinadores da pesquisa.

Muitos estudos são feitos com ligeireza porque seus responsáveis querem ‘engordar’ seus currículos para passar em processos de seleção e receber promoções na carreira

Uma das críticas mais fortes foi a indicação da existência de incentivos perversos que fazem com que os pesquisadores tentem mostrar descobertas ‘espetaculares’ de acordo com os interesses editoriais ou profissionais de instituições ou empresas. Ou tentativas de confirmar teorias aceitas socialmente ou na moda.

Entre as soluções levantadas, os cientistas sugerem que todos os dados das pesquisas publicadas tenham acesso aberto para a comunidade científica, para que possam ser verificados, e que as instituições públicas de fomento deem incentivos apenas para estudos completamente transparentes em relação à metodologia, recursos adotados e resultados encontrados. E que essa verificação seja feita não de forma anônima, por algum órgão externo.

Outro ponto de atenção ressaltado no texto foi o fato de que muitos estudos são feitos com ligeireza porque seus responsáveis querem ‘engordar’ seus currículos para passar em processos de seleção e receber promoções na carreira. Isso faz com que muitos pesquisadores ‘entrem de acordo’ e assinem as publicações uns dos outros, para ter mais produção acadêmica. Isso comprometeria a seriedade e a credibilidade dos dados divulgados.

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