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Como é ser uma universitária de direita nos dias de hoje

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(Foto: Unsplash /Reprodução)

Ser um membro ativo da direita no campus universitário de hoje não é uma decisão simples. Dependendo da faculdade, pode ser caro, cansativo, exaustivo e ‘enfurecedor’.

Mas vale a pena.

Desde o início do meu primeiro ano na Gettysburg College, eu trabalhei no conselho executivo do Young Americans for Freedom (YAF, em português, “Jovens Americanos pela Liberdade”), o grupo ativista de direita no campus.

Antes de ingressar, estava ciente da reputação desagradável do grupo. Na verdade, eu sabia que os membros enfrentavam críticas rotineiras e implacáveis, tanto pessoalmente quanto online. No entanto, sendo uma caloura entusiasmada, eu queria provar minha convicção e encontrar pessoas que pensassem como eu.

Eu me inscrevi no YAF imediatamente, ignorando os avisos bem-intencionados dos veteranos. Devido à controvérsias em anos anteriores, a filiação foi baixa, e eu consegui rapidamente garantir um papel de liderança, que eu mantenho até hoje.

É claro, qualquer um lhe dirá que uma coisa é ser advertida e outra é experimentar a realidade de tais conselhos.

Não é fácil viver abertamente como uma ativista de direita em um campus universitário progressista, de esquerda. Isso não quer dizer que a minha vida universitária seja a mais difícil. Quando digo que é difícil, isso é tudo o que quero dizer.

Desde que eu escolhi ser transparente sobre minhas opiniões políticas, eu rotineiramente me pergunto se um novo amigo ou conhecido está ciente da minha afiliação com o YAF. Como único membro ativo do sexo feminino, não sou exatamente imperceptível.

Até onde sei, a reação negativa à minha adesão é apenas atenuada pela minha personalidade sociável. Por causa da minha simpatia, muitas vezes recebo o benefício da dúvida.

“Sim, ela está no YAF, mas ela é bem sensata.”

“Sim, ela é um membro, mas ela não é o que eu pensava.”

“Sim, ela é uma executiva da YAF, mas ela é muito legal!”

Disseram-me que quando outros admitem que sou amiga deles, muitas vezes precisam dar uma explicação – uma qualificação que me considera a exceção à regra amplamente aceita de que os membros da YAF devem ser fanáticos odiosos.

Embora exista uma ampla diversidade intelectual em nosso clube em expansão, minhas opiniões não são muito diferentes de alguns dos membros que não receberam esse benefício da dúvida. E quando alguns de seus “amigos” negam qualquer associação com eles em público, ou os expulsam de festas de associações estudantis, meus colegas não têm recebido benefícios e apenas eles são deixados em dúvida.

Eu não gosto de ter uma “etiqueta” pairando sobre mim, especialmente porque acredito que minhas visões “repugnantes” e “fascistas” são bem fundamentadas e justas. De fato, a demonização de tais crenças, muitas das quais encontram apoio na sociedade popular, apenas inibe o discurso político produtivo.

Apesar desse insulto diário, se pudesse voltar e refazer meu primeiro ano de faculdade, não mudaria minhas decisões. Se não tivesse ingressado na YAF, me veria como uma covarde menos convicta, e teria perdido algumas amizades espetaculares.

É importante notar que alguns dos que usam etiquetas para qualificar seu contato comigo não são todos progressistas, e eu de fato tenho alguns amigos liberais no campus, muitos dos quais são maldosamente inteligentes e deliciosamente engraçados.

Em uma reviravolta irônica, vários dos problemas que eu vivi por ser conservadora atuante foram em grande parte bipartidários. Tanto democratas quanto republicanos rejeitaram minha amizade ou a amizade de meus companheiros de clube.

Mentiras

Dito isto, as maiores ofensas foram de esquerdistas militantes.

Por exemplo, uma noite, meu colega e eu fomos a uma mesa redonda LGBTQ realizada no campus. Foi um evento casual em que os membros da comunidade LGBTQ puderam falar sobre suas experiências.

Como membros visíveis da YAF, meu querido amigo e eu fomos mostrar alguma boa vontade e provar que éramos sensíveis aos problemas da comunidade LGBTQ.

Durante a mesa redonda, meu amigo e eu trocamos mensagens de texto. Nossos comentários foram em grande parte em resposta ao que os membros do painel estavam dizendo, alguns deles desdenhosos e alguns em tom de brincadeira. No entanto, meu amigo e eu não sabíamos que aqueles que estavam sentados atrás de nós eram membros do clube de extrema-esquerda no campus, o GACC (Gettysburg Anti-Capitalist Collective, Coletivo Anticapitalista de Gettysburg).

Depois que a mesa redonda terminou, descobrimos que esses alunos haviam se inclinado e tirado fotos de nossas mensagens privadas, na esperança de encontrar provas de nossas crenças “homofóbicas”.

Claro, não havia nenhuma. Mas o fato de nossas mensagens privadas não refletirem uma celebração esmagadora do que os membros do painel discutiram ainda nos rendeu os rótulos de “sarcásticos” e “ácidos”.

O que é pior, espalharam rumores de que estávamos trocando mensagens homofóbicas, apesar da falta de qualquer “prova” para sustentar essa afirmação.

Eu queria que esse fosse o único incidente. Mas, infelizmente, esse pequeno grupo de militantes progressistas espalhou, de forma semelhante, rumores desagradáveis sobre a YAF e sobre mim em várias outras ocasiões.

Logo após a eleição do presidente Donald Trump, eles disseram que interrompemos uma mesa redonda e rimos diante de uma vítima de estupro.

Essa afirmação também era mentirosa. Fomos especificamente convidados a participar da mesa redonda por causa de nossas opiniões conservadoras, e fomos agradecidos pela nossa participação no final. Além disso, nenhuma vítima de estupro se identificou na discussão e ninguém riu de ninguém sobre qualquer assunto.

Por fim, esses rumores estimularam o GACC a interromper nossa reunião semanal, um confronto entre nosso grupo de sete pessoas e seus mais de 15 membros, o que resultou em uma disputa por gritos e encerramento da nossa reunião.

Os relatos acima não servem para desculpar qualquer delito passado da minha unidade da YAF. Houve casos em que nos comportamos de maneira imatura e alimentamos sem propósito o fogo político no campus, apenas para nossa própria diversão.

Mas as falhas e equívocos do clube – muitos dos quais ocorreram sob liderança que não está mais em vigor – não mitigam as ações objetivamente erradas que alguns de nossos colegas tomaram em relação a nós. Alguns membros da comunidade progressista desrespeitaram nossa privacidade e arruinaram qualquer esperança de um debate político saudável espalhando rumores desagradáveis e infundados. Inclusive, outros clubes políticos se recusam a debater conosco por causa dessas mentiras cruéis.

O propósito deste relato não é me chamar de “vítima”. É meramente lançar luz sobre o comportamento inadequado que não deveria ocorrer, especialmente em um campus universitário que visa promover a livre troca de ideias.

Talvez os membros da YAF também sejam culpados de mau comportamento. Mas nenhum de nós jamais divulgou propositalmente rumores falsos sobre os College Democrats, tirou fotos das mensagens privadas do Gettysburg Anti-Capitalist Collective ou jogou nossas bebidas em estudantes progressistas durante as festas.

Minhas experiências na YAF lançaram luz sobre a natureza mercurial da política moderna. Após reflexão, é fácil simplesmente pedir aos colegas que adotem modos melhores e civilidade.

Embora isso seja ideal, atualmente não é viável – cada vez mais, os membros da esquerda equacionam falsamente visões conservadoras com as dos nazistas. Esse esforço vergonhoso prova que a deslegitimação, em vez do diálogo civil, é o verdadeiro objetivo de muitos da esquerda.

Em vez disso, suponho que o único antídoto seja reconhecer que o mau comportamento pode ser bipartidário. Quer você concorde ou não com minhas opiniões sobre armas, imigração ou previdência social, é importante admitir que violações de privacidade, temor, assédio e violência não são ações aceitáveis, especialmente em um campus universitário.

Além disso, sugiro que todos os membros da sociedade, inclusive eu, tentem despolitizar o discurso moderno. Embora meu conservadorismo afete minha vida de inúmeras maneiras, não há necessidade de transformar toda discussão em debate político.

Se deixarmos de ver todas as dimensões da vida através de uma lente política, amizades e associações serão formadas, independentemente da nossa ideologia, e esses relacionamentos nos inspirarão a tratar uns aos outros com a dignidade e o respeito que todo ser humano merece.

* Alexa Secrest é membro do Young Leaders Program na The Heritage Foundation.

©2018 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

Tradução: Andressa Muniz

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