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Com a proximidade do início das aulas, muitos pais já estão às voltas com listas de materiais escolares e compra de uniformes para garantir que os filhos iniciem o ano letivo com o “pé direito”. Do que muitos deles se esquecem, no entanto, é que tão importante quanto cadernos e livros é a necessidade de se montar um plano de estudo para os alunos. Além de ajudar a organizar a rotina dos estudantes, ele auxilia as famílias a avaliarem se as atividades que a criança já realiza, ou nas quais se pretende inscrevê-la, estão de acordo com a formação humana e intelectual que se pretende dar aos filhos.

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Tchau, férias!

Outra dica dos especialistas para que a volta às aulas ocorra sem traumas refere-se à necessidade de se fazer com que a criança deixe de lado a rotina mais flexível das férias e se adapte novamente à agenda do período escolar.

“Nas férias, a criança não costuma ter disciplina para acordar e comer, por exemplo. E ela não vai entrar no ritmo de um dia para o outro”, lembra a psicopedagoga Esther Cristina Pereira, diretora da Escola Atuação. A sugestão dela, então, é para que cerca de dez dias antes do início das aulas os pais iniciem um período de ‘readaptação’, no qual a criança pode começar a acordar mais cedo e a organizar a mesa de estudos, por exemplo.

Esther lembra, ainda, que atividades consideradas simples, como encapar os cadernos e livros, também podem funcionar para incentivar as crianças para o início das aulas. “Hoje, muitas famílias terceirizam isso e o filho já recebe o material encapado, o que é diferente de ele sentar com os pais para, juntos, realizarem esta tarefa, que também é um ato de educação”, afirma.

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A conversa entre os pais e o estudante é o primeiro passo para se montar um plano de estudo. Nela, devem ser avaliados a rotina e os resultados obtidos no ano anterior, assim como as atividades que irão compor a agenda dos alunos durante o ano letivo, explica Esther Cristina Pereira, psicopedagoga e diretora da Escola Atuação.

Com essa relação em mãos, deve-se montar o cronograma no qual o estudante possa visualizar os dias e horários para a realização de cada atividade, incluindo os horários destinados às tarefas escolares e/ou à revisão dos conteúdos em casa.

“Primeiro, registram-se os horários obrigatórios da escola regular, para a brincadeira (de uma a duas horas por dia) e o sono (de oito a dez horas por dia, de acordo com a faixa etária). O tempo que sobra pode ser dedicado às atividades extracurriculares, [familiares] e domésticas”, ensina Thalita Tomé, coordenadora pedagógica dos Programas Educacionais Ensina Mais Turma da Mônica. Ela acrescenta que é preciso se buscar um equilíbrio em relação à quantidade dessas tarefas para que elas não sobrecarreguem a rotina da criança.

Organização

O cronograma com os horários das atividades semanais deve ser físico, para que funcione como uma espécie de contrato, e fixado em um local onde seja facilmente visualizado. Para as crianças menores, a dica dos especialistas é a de que sua montagem abuse das cores e seja realizada em conjunto por toda a família, como em uma atividade lúdica.

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Já para os adolescentes, também podem ser utilizados aplicativos (como Evernote ou Google Keep) que, além de poderem ser compartilhados com os pais, geram notificações e permitem a interação do jovem, gerando mais engajamento e responsabilidade com as tarefas, como lembra Thalita.

“Se a família tiver dúvidas sobre como fazer o cronograma, ela pode procurar a equipe pedagógica da escola, que pode auxiliá-la neste sentido”, acrescenta Edinete Mocellin Balsanelli, pedagoga do Colégio Estadual São Pedro e São Paulo.

Os resultados de todo esse planejamento, por sua vez, poderão ser vistos no melhor desempenho escolar e na qualidade do aprendizado, além da maior autonomia e organização das crianças e adolescentes para o estudo.

Para que eles sejam alcançados com êxito, no entanto, Thalita lembra que apenas montar o plano de estudo não é suficiente. É preciso que os pais acompanhem os filhos nas atividades e deem um estímulo positivo para que elas sejam realizadas. “A criança que é acompanhada e orientada para o estudo desde pequena vai continuar mantendo [essa rotina] no ensino médio”, acrescenta Edinete.