Alguns minutos após o início da prova, marcada para 13h30, o Ministério da Educação (MEC) divulgou em sua conta no Twitter o tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2018: neste ano os estudantes devem escrever sobre “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”.
O texto deve ser dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, e ser desenvolvido a partir da “situação-problema”.
De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), mais de meio milhão de pessoas estão envolvidas na aplicação do exame: são 1.725 municípios, 10.718 locais de prova e 155.254 salas para receber 5,5 milhões de inscritos.
Abordagem
Para Gabriel Félix, professor de redação do Curso Positivo, trata-se de um tema atual e que ganhou ainda mais força durante o processo eleitoral.
“Muitas vezes a internet induz as pessoas para informações erradas ou questionáveis. É algo condizente com o que vivemos nos últimos meses, onde todo o debate envolvendo manipulação de dados, algoritmos, foi debatido exaustivamente”, avalia.
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“Naturalmente o aluno terá uma coletânea de textos em que ele poderá se basear, coletar informações. Mas tratar o tema como um problema da sociedade, para que ao final seja possível propor uma solução, é fundamental”, completa.
Histórico e estrutura
Em 2017 os estudantes escreveram sobre o desafio para a formação educacional de surdos no país. Já em 2016 o tema foi “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”.
Violência contra a mulher, publicidade infantil, lei seca e movimento imigratório também foram temas abordados nas últimas edições.
A redação do Enem segue um formato ortodoxo. Primeiro, é preciso criar uma tese. O passo seguinte é argumentar em defesa de um ponto de vista e, ao final, propor uma intervenção ao problema.
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Segundo o manual de redação do Inep, um dos cinco itens que serão avaliados no texto é a capacidade de “elaborar proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos” – quem desrespeitá-los poderá perder até 200 dos 1000 pontos.
Até o exame de 2016, porém, quem ferisse os direitos humanos teria a nota zerada; em 2017 uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) excluiu esse item entre os critérios que “anulavam a prova."
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