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Com a pandemia da Covid-19, as universidades, faculdades e centros universitários particulares de São Paulo terão atividades acadêmicas a distância. Essa foi a forma escolhida para que possam dar continuidade ao calendário acadêmico, já que as aulas presenciais foram suspensas por causa do coronavírus. A informação foi dada pelo diretor-executivo do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), Rodrigo Capelato, nesta terça-feira (17), por meio de uma conferência online.
A entidade também aguarda resposta, ainda nesta semana, sobre a solicitação, por meio de um ofício enviado ao Ministério da Educação (MEC), de ampliação dos 40% EAD para todas as instituições de ensino superior (IES) neste momento emergencial. Para Capelato, por enquanto, está na mão das instituições definir o melhor caminho.
Segundo Capelato, os professores deverão elaborar um novo plano de aulas, pensado para a modalidade a distância. “Esse é um momento para repensar todos os processos que utilizem a necessidade presencial, para que a gente possa transformar em forma digital. Nesta semana, ainda temos como nos planejar ” informou o diretor.
A entidade sugeriu essa e outras possibilidades para que as Instituições de Ensino Superior (IES) adotem nos próximos dias para minimizar os riscos e os possíveis danos ao fluxo do calendário acadêmico. Entre as primeiras recomendações, estão a elaboração de um plano de contingência para ser aplicado caso ocorra contágio de algum aluno ou professor.
Embora as IES cogitem a suspensão das aulas como ocorreu com as instituições públicas, ele adiantou que há outras formas de oferecer aula para os alunos. O diretor sugeriu que todas as atividades possíveis sejam feitas de forma remota com uso das tecnologias disponíveis de cada instituição.
Para isso, segundo ele, será fundamental que as instituições deem suporte aos professores. Capelato reforça que há ferramentas online disponíveis que podem auxiliá-los nesse período como e-mail, pesquisas em sites, enquetes, skype e redes sociais como o WhatsApp. Outra medida recomendada é suspender ou adiar qualquer tipo de evento acadêmico que gere algum tipo de aglomeração e consequentemente contaminação.
Portanto, atividades presenciais, eventos científicos, culturais e desportivos, salas de estudos ou bibliotecas, deverão ser canceladas ou adiadas. Ainda de acordo com o Semesp, as diversas formas de atividades EAD devem começar a ser implementadas imediatamente, pois é a única saída.
Medidas emergenciais
Capelato aconselha que as instituições suspendam as aulas presenciais, mas continuem com as atividades a distância. Elas, porém, não devem ocorrer apenas por vídeo conferência. "Não estamos transferindo o presencial para o EAD. Sugerimos que o professor aplique outras atividades como apresentação em grupo, estudos de casos e seminários", explica.
Caso seja necessário, ele recomenda que a instituição elabore um plano para comunicar aos alunos que o ensino será o mesmo, apenas vai mudar o meio. O diretor ainda disse que não será necessário férias coletiva, mas sim uma antecipação de recesso. Segundo ele, essa questão precisa ser regulamentada pelos sindicatos.
Nota do CNE
O Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou uma nota de esclarecimento que orienta os sistemas e estabelecimentos de ensino, tanto da educação básica quando da educação superior, que tenham a necessidade de reorganizar as atividades acadêmicas por causa das medidas preventivas contra o coronavírus. Confira a nota na íntegra.