Reitores de universidades federais, centrais sindicais e organizações estudantis realizam nesta quarta-feira (15) uma paralisação nacional contra o governo de Jair Bolsonaro. Instituições de ensino e entidades organizam atos em 22 estados e no Distrito Federal. Até o fim do dia, estão programadas dezenas atividades e a Força Nacional realiza um esquema especial de segurança em frente ao edifício do Ministério da Educação (MEC), em Brasília.
A causa principal dos protestos é o bloqueio de 5% do orçamento anual do MEC, R$ 7,4 bilhões de um total de R$ 149 bilhões. Nas universidades públicas o congelamento de gastos atingirá 3,5% do orçamento total de cada instituição, 30% das chamadas verbas “não obrigatórias”. Caso “a reforma da Previdência seja aprovada e entre dinheiro em caixa”, afirmou o ministro da Educação Abraham Weintraub, o dinheiro será desbloqueado.
INFOGRÁFICO: Gráfico explica o congelamento nas verbas do MEC
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Os bloqueios nas universidades públicas somam R$ 2 bilhões e, apesar de não chegarem a atingir salários, aposentadorias e outros gastos obrigatórios (cerca de 86% do orçamento de cada universidade), podem comprometer o funcionamento das instituições no segundo semestre. As verbas não obrigatórias incluem o pagamento de água, luz, material de escritório, investimentos em obras e reformas, etc.
As centrais sindicais aproveitaram a mobilização pela educação para se manifestar também contra a reforma da Previdência. Com isso, professores de escolas particulares também decidiram participar dos protestos.
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Entre os outros motivos para a paralisação desta quarta estão as críticas do Ministério da Educação aos cursos de humanas e o estudo do corte de recursos para essas graduações.
Resposta do governo
Nesta terça-feira, o ministro da Educação não descartou novos cortes na pasta por motivos econômicos - nem seu apoio caso isso seja necessário. Em evento com jornalistas, afirmou que depende de futuras decisões do Ministério da Economia, mas que protestará caso “eles forem contingenciar o contingenciado”.
“Sou economista”, disse. “É difícil ver alguém de um ministério social se recusando a atacar o ministério da Economia se ele estiver fazendo o trabalho dele. Eu vou bater de mão fechada se eles forem contingenciar o contingenciado. Eu tenho condição de saber se eles estão fazendo um trabalho direito”.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi "convocado" pelos deputados a prestar esclarecimentos sobre os cortes e estará no plenário da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (15), a partir das 15 horas.
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