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Possível nomeação

Cotado para o MEC, Renato Feder reúne forte apoio de militares e empresários

Feder está entre os mais cotados para o comando do MEC. (Foto: Reprodução/Facebook)

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Entre os principais cotados à vaga de ministro da Educação, Renato Feder, secretário de Educação no Paraná, reúne forte apoio de empresários e militares ligados ao governo. Na manhã desta terça-feira (23), ele se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, por quase uma hora. Abraham Weintraub deixou o cargo no último dia 18.

À Gazeta do Povo, fontes "extraoficiais" afirmaram que será missão difícil para o Planalto encontrar um nome com maior convergência de apoio das chamadas três alas do governo - militar, ideológica e empresarial - do que Feder tem. O secretário foi recebido no Planalto com apoio do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), ministros militares e das Comunicações, Fábio Faria, além de empresários como Meyer Nigri, fundador da Tecnisa e apoiador de Bolsonaro desde a campanha.

O secretário também se reuniu com Marcelo Ribeiro, presidente do Republicanos, após encontrar Bolsonaro e mostrar ao presidente resultados de sua gestão no Paraná.

"Para mim ou qualquer ministro que venha assumir o MEC, a pauta principal tem que ser o trabalho por aulas de maior qualidade. Esse é o foco. Os alunos estão aprendendo matemática, estão aprendendo português, a qualidade está boa, que tipo de apoio cada município precisa. O ministro tem que focar nessa pauta, que tipo de tecnologia é utilizada para ajudar, que tipo de informação, o que os melhores países fazem e que podem trazer para nossos Estados e municípios. Essa é a pauta que o MEC deveria focar", disse Feder, ao jornal O Estado de São Paulo.

"O aprendizado no Paraná tem crescido bastante, temos feito uma política bem forte de tecnologia de apoio à escola, apoio ao professor com boas ferramentas, boa gestão, de foco no aprendizado do aluno", disse.

Segundo Feder, o presidente teria demonstrado preocupação com a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Bolsonaro não teria, por outro lado, mencionado pautas como Escola sem Partido, ideologia de gênero e cotas raciais.

"Ele entende que a aprovação do Fundeb é muito importante e quer um ministério que apoie as secretarias de Educação, principalmente na área de tecnologia. Ele está preocupado com os alunos que estão sem aula e que tipo de retorno o MEC pode ajudar quando as redes tomarem a decisão de voltar", relatou.

A presença de Antônio Paulo Vogel, responsável interino pelo MEC, na reunião, sinaliza uma possível transição. Logo após a conversa, Feder teria voltado a falar com o presidente, por telefone.

Como publicou a Gazeta do Povo, Feder, paulista, de 41 anos, é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e tem perfil empreendedor e liberal de mercado. Ele reúne bagagem no setor privado como executivo de empresa de tecnologia e, na educação, tem experiência com Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Privatização do ensino

Em 2007, Feder publicou o livro "Carregando o Elefante - Como transformar o Brasil no país mais rico do mundo", no qual defende a privatização do ensino e até mesmo o fim do MEC. A obra, escrita com o empresário Alexandre Ostrowiecki, defendia que o governo pagasse voucher para que pais matriculassem filhos em escolas particulares. Ele argumenta, no entanto, que mudou de opinião.

"É um livro muito antigo, escrito há quase 15 anos, não é o que penso hoje. As pessoas mudam de opinião, melhoram. Eu era um jovem de 20 e poucos ano quando escrevi aquele livro. Muito do que penso hoje não tem a ver com o livro", disse Feder ao jornal O Estado de S. Paulo. "Eu não entendia nada de educação e hoje conheço melhor. Toda a parte da (minha) escrita sobre educação eu não concordo. A questão do voucher eu não concordo e não deu certo em nenhum lugar do mundo".

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