Uma dissertação de mestrado apresentada na USP (Universidade de São Paulo) identificou que a lei de cotas em vigor desde 2012 tem incentivado famílias a trocar escolas particulares por públicas.
Por lei, as universidades federais devem reservar metade das vagas do vestibular para alunos cotistas. Ao lado da raça e da renda, um dos critérios é ter feito todo o ensino médio em escola pública.
Resultados
A pesquisa de Thiago Guimarães Cardoso, feita no Departamento de Economia, comparou o período antes e depois da lei.
Em Minas Gerais, onde 8 em cada 10 vagas em universidades públicas são federais, a probabilidade de migração da rede particular para a pública ao final do 9º ano (logo antes do Ensino Médio) aumentou em 20%.
Em São Paulo, onde as principais universidades (USP, UNICAMP e UNESP) são estaduais e apenas 15% das vagas em instituições públicas são federais, a possibilidade de migração cresceu menos: 8%.
"Concluímos que a implementação de ações afirmativas que beneficiam um grupo específico de escolas no acesso ao ensino superior pode levar a um comportamento estratégico na escolha de escola dos alunos matriculados no ensino básico. No caso da Lei de Cotas, há um incentivo para migração para rede pública no 1º do Ensino Médio”, diz o pesquisador.
O autor também notou que o impacto é menor nas escolas que têm muitos professores com pós-graduação. Ou seja: a migração se dá sobretudo a partir das escolas particulares de menor qualidade. “O impacto da lei está focalizado nos alunos provenientes das piores escolas de cada localidade”, aponta.
A mudança para a escola pública com o objetivo de ter mais chances no vestibular, é bom lembrar, é perfeitamente legal.
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