Quando a (UFU) Universidade Federal de Uberlândia adotou um novo sistema para a seleção de alunos cotistas, provavelmente não era isso que esperava: da primeira leva de convocados, 68,5% acabaram eliminados.
Dos 435 chamados para a entrevista presencial, 158 simplesmente faltaram. Entre os 277 restantes, 140 – mais da metade – foram rejeitados pela comissão encarregada do veredito.
A universidade anunciou nesta terça o adiamento do anúncio dos resultados do sistema de cotas, “considerado o expressivo número de candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas com autodeclarações não-homologadas pela Comissão para a Diversidade Étnica”.
“A nossa preocupação é com relação aos direitos daqueles que podem reclamar uma vaga dentro da modalidade PPI (preto, pardo ou indígena). Por isso, ampliamos o prazo do resultado para continuarmos a avaliar aqueles em condições de serem aprovados no processo”, afirmou Dennys Xavier, responsável pelo processo seletivo.
Agora, serão chamados os próximos candidatos da lista que optaram pelo sistema de cotas. As entrevistas acontecerão no dia 23, e o resultado deve ser divulgado no dia seguinte.
Por causa das suspeitas de fraude no sistema de cotas, a UFU decidiu neste ano incluir a entrevista no processo de seleção. Este foi o primeiro vestibular do tipo na instituição. Até então, bastava a autodeclaração.
Cada candidato é avaliado por três membros da comissão. Pelo critério de seleção, basta que um deles aceite que o candidato se encaixa nas categorias de negro (preto ou pardo) ou indígena.
Outras universidades do país também têm tornado mais rigoroso o sistema de seleção por cotas, especialmente após a adoção de uma lei federal que cria a reserva de vagas em todas as instituições públicas.
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