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Computador

Teclas versus lápis e papel

Com as aulas de caligrafia mais raras e o computador presente na vida das crianças, é fácil que elas se interessem cada vez menos pela escrita. Mas especialistas dizem que o computador não deve substituí-la. Isso porque os benefícios do treinamento da escrita vão além de uma letra bonita "As crianças adquirem noções de espaço ao tentarem encaixar as letras nas linhas. Também desenvolvem senso estético quando percebem a legibilidade ou não do que fazem", diz a psicopedagoga Evelise Portilho. Para ela, o computador pode ajudar na aquisição de vocabulário e em questões ortográficas.

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A letra "o" que parece "a". O "r" que parece "s". Se a professora até entende o que a criança escreve, mas os pais e colegas não conseguem decifrar, exercícios de caligrafia podem ser a única solução para o problema.

Considerada uma atividade maçante, a caligrafia teve de se modernizar. Especialistas explicam que, se ela for transmitida e cobrada na hora apropriada e de forma a relacionar elementos conhecidos pela criança, ela permite que o aluno estabeleça um padrão próprio. "Se a professora dá significado aos exercícios, ele não vai apenas repetir. Vai entender a importância deles", diz a psicopedagoga e professora do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Evelise Portilho.

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No tempo certo

A caligrafia deve ser apresentada à criança por volta dos 7 anos de idade, quando ela tem certo domínio sobre a linguagem escrita, diz Daniele Vieira, especialista em letramento, alfabetização e educação infantil, e professora do curso de Pedagogia da Universidade Tuiuti do Paraná. "Nessa idade ela escreve pequenos textos e tem condições de expressar sentimentos por meio das palavras. Antes disso, ela produz as letras, mas sem um padrão, sem adaptá-las às linhas do caderno. Se a forma for cobrada antes da hora, essa demanda irá se sobrepor à busca de significado da escrita, e a criança não vai compreender as ideias", diz.

Escrita divertida

Uma forma infalível de apresentar a caligrafia de maneira atrativa, segundo Daniele, é inserindo-a em algum contexto. "A professora não deve pedir apenas que o aluno escreva uma frase copiada do quadro. Ela pode apresentar uma figura conhecida dele e pedir uma caracterização em palavras", diz. "O aluno deve perceber que a sua escrita tem sentido, que representa alguma vivência, que não é apenas uma tarefa."

Outra maneira de aprimorar a escrita dos alunos é confrontá-los de maneira positiva: a professora pode entregar o texto de um para outro e pedir que este leia o que está escrito. A partir do momento em que o colega não conseguir entender, a professora analisa o desempenho tanto do escritor quanto do leitor, e orienta para que cada um melhore suas funções. "No caso do escritor, isso desperta a percepção de que ele não escreve para a professora, mas sim, para outras pessoas e que precisa se fazer entender", diz Daniele.

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