Um estudo sobre as diferenças de acesso às políticas públicas entre negros e brancos no Brasil estima, pela primeira vez no país, quanto seria necessário que o governo investisse para equiparar a situação das duas populações em relação a educação, habitação e saneamento. A conta da discriminação, de acordo com o economista Mário Theodoro - que coordenou a pesquisa feita pelo jornal Irohin, publicação ligada ao movimento negro - é de R$ 67,2 bilhões. O valor é quatro vezes maior que os R$ 15,3 bilhões disponíveis para investimentos do governo neste ano.

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No caso da educação, área em que o custo para acabar com a desigualdade foi estimado em R$ 22,2 bilhões, a taxa de analfabetismo de adultos entre os brancos é de 7,5% e entre os negros, 17,2%. O número de indivíduos correspondente à diferença entre os dois índices foi multiplicado pelo custo de alfabetização de um ano. Na educação, os valores referem-se aos custos anuais. Nas duas outras áreas, saneamento e habitação, o cálculo refere-se ao estoque de carências que deveria ser suprido para equiparar a situação de negros e brancos.

O estudo foi feito com base nos dados do IBGE, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e do Censo Demográfico de 2000. Segundo o economista, as informações foram separadas por raça e foram comparados os índices relativos a negros (pretos e pardos) e brancos. A diferença entre um e outro foi multiplicada pelo custo estabelecido pelo governo em cada uma das áreas.

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