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Criar cursos atrativos para quem quer retornar às salas de aula é um dos principais desafios da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. O tema está sendo discutido nesta terça-feira (24) na Câmara dos Deputados por parlamentares e representantes do governo, de organizações internacionais e da sociedade civil.

O encontro é preparatório para a 6ª Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea), que ocorrerá de 19 a 22 de maio em Belém (PA). O evento, que só é realizado a cada 12 anos, já tem confirmada a participação de 85 Estados membros da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e 51 ministros de Educação de todo o mundo.

A última edição do evento foi realizada em 1997 em Hamburgo, na Alemanha. Segundo o especialista em educação de jovens e adultos da Unesco, Timothy Ireland, existem hoje no mundo mais de 700 milhões de analfabetos, dos quais 35 milhões estão na América Latina.

"A educação de jovens e adultos é um reflexo da oferta insuficiente de escolas para a criança. A educação, ao longo de sua história, muitas vezes mais exclui do que inclui. A alfabetização tem um papel central para atingir metas de desenvolvimento e na garantia de outros direitos humanos", apontou Ireland.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS), presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, ressaltou que as turmas de EJA precisam estar conectadas ao mundo do trabalho para atrair os alunos para a sala de aula. "É positivo que a EJA tenha sido incluída no Fundeb, mas demoramos muito para fazer isso e agora temos que correr atrás. Precisamos trabalhar de um lado para que os jovens não abandonem a escola, e por outro, para que os adultos que não freqüentaram a escola tenham acesso à educação, porque precisamos acreditar na possibilidade de aprendizagem dessas pessoas."

De acordo com o secretário de Educação, Alfabetização e Educação Continuada do Ministério da Educação, André Lázaro, o Brasil vai levar à Confintea a maior delegação. "Nós tivemos um forte processo de debate no país, com conferências estaduais, regionais e uma nacional. A educação de jovens e adultos é um desafio para o país", afirmou.

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