O conteúdo foi revisado, os exercícios estão frescos na memória e, de repente, vem o branco durante a prova. Essa é uma das formas de a ansiedade se manifestar em muitos alunos. Um estudo divulgado em maio pela Mind Group, comunidade internacional de cooperação na educação, identificou que, quanto maior a ansiedade dos estudantes, menor é o resultado em avaliações de Matemática e a capacidade para resolver problemas em equipe também é afetada.
A primeira etapa da pesquisa contou com a participação de 3 mil alunos de 40 escolas de diferentes partes do país. Os jovens responderam a questões que envolviam raciocínio lógico e quantitativo, habilidades socioemocionais (como motivação e estratégias de aprendizagem) e a resolução colaborativa de problemas. Cada estudante recebeu um relatório personalizado com orientações para serem implantadas durante os estudos. Os resultados desse segundo momento serão apurados em novembro deste ano.
Conforme o estudo, alunos tomados pelo nervosismo a ponto de não lembrarem conteúdos que dominavam têm desempenho 23% menor em Matemática. Outro dado indica que a falta de confiança durante a prova reduz o desempenho em 10%. "Isso é um problema. O aluno sabe fazer, mas a avaliação causa uma ansiedade que prejudica o desempenho. Por outro lado, a autoeficácia, que demonstra o quando o estudante confia no próprio taco, tem relação direta com o bom resultado", afirma Tadeu da Ponte, especialista em Avaliações Educacionais e um dos autores do estudo.
Para a psicopedagoga Debora Loepper Borges, coordenadora pedagógica do colégio Decisivo, a ansiedade em provas pode ser controlada com uma estratégia de estudos diária e contínua, que dê segurança ao aluno sobre o conteúdo aprendido. "A ansiedade de véspera de prova é natural e não é ruim. A adrenalina estimula o raciocínio. Quando o aluno se sente seguro, isso é positivo", diz. A coordenadora reforça que deixar para estudar no dia que antecede o exame contribui com quadros de ansiedade.
Calma. Suar, esquecer, soltar o intestino e ter tremedeiras são sintomas de um estágio normal de ansiedade em situações novas, conta a psicopedagoga Evelise Portilho, doutora em Educação e professora da pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). "Tudo o que não se sabe traz um pouco de ansiedade. Ela também te mobiliza, mas tem de ser equilibrada. O problema é quando ela te paralisa", afirma Evelise.
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