Diferentes das produções do cinema hollywoodiano, documentários buscam registrar com fidelidade o assunto escolhido pelo diretor. No geral, essas produções acompanham pessoas comuns, contestando sua realidade e a sociedade na qual estão inseridas. Para enriquecer a discussão sobre o ensino no Brasil, a Gazeta do Povo listou os melhores documentários cujo fio condutor é a educação. Confira.
Carregadoras de Sonhos (2010)
Em 2009, o cineasta baiano Deivison Fiuza tinha um grande desafio em suas mãos: retratar a rotina e a vida de quatro professoras de escolas públicas do interior do Sergipe, mostrando as dificuldades do magistério em um sistema educacional precário como o brasileiro. Além de escancar os problemas estruturais das escolas do país, "Carregadoras de Sonhos" aborda temas como transporte público, pobreza e abandono familiar.
A Educacao Proibida (2012)
Produzido a partir de financiamento coletivo, o documentário 'A Educação Proibida' foi um sucesso de público. Colocada à disposição na internet, a produção atingiu a impressionante marca de 5 milhões de visualizações em apenas dois meses.
O documentário critica o modelo de ensino "prussiano", vigente em todo o mundo, e procura ouvir educadores fora do sistema tradicional de ensino. Segundo o diretor Germán Doin Campos, em entrevista ao jornal argentino Clarín, "a maioria não é acadêmica. Eles concebem a educação de uma forma mais humana".
Sementes do Nosso Quintal (2012)
Uma escola sem a tradicional separação por séries, que ensina de forma lúdica, além de conectada à natureza e aos animais: essa é a Te Arte, instituição protagonista do documentário 'Sementes do Nosso Quintal'.
O filme mostra o funcionamento do projeto idealizado pela educadora Therezita Pagani, que utiliza de uma metodologia chamada por ela como "anti-método", ensinando arte, literatura, música e cultura popular brasileira de forma simples e conectada à realidade das crianças.
Nunca Me Sonharam (2017)
Ouvir os estudantes. Essa é a fórmula de 'Nunca Me Sonharam', produção que traz relatos de jovens estudantes do ensino público nacional, traçando um panorama do ensino médio e questionando o papel da escola na formação dos jovens brasileiros.
A produção expõe a falência da educação brasileira e busca dar voz aos sonhos dos jovens estudantes, que mostram determinação em protagonizar a história de suas próprias vidas.
Segundo o diretor, Cacau Rhoden, "o filme fala sobre a juventude num país que não escuta os jovens, e sobre a importância e a magia do conhecimento".
Quando Sinto Que Já Sei (2014)
"Quando Sinto Que Já sei" buscou dez exemplos de escolas alternativas espalhadas pelo Brasil, com o objetivo de mostrar diferentes abordagens para potencializar o aprendizado dos estudantes.
As dez iniciativas trazem relatos de crianças, professores e gestores impactados por essas instituições, baseadas no revolucionário projeto português 'Escola da Ponte', que prioriza o trabalho em equipe e não divide alunos em séries: jovens de 6 a 10 anos estudam juntos, promovendo a troca de conhecimentos a partir de pesquisa e apresentação dos próprios alunos.
Pro Dia Nascer Feliz (2007)
Dirigido por João Jardim, o documentário "Pro Dia Nascer Feliz" investiga o comportamento de adolescentes em colégios brasileiros, ouvindo alunos de várias classes sociais, levantando discussões sobre temas como violência, relação entre aluno e professor e desigualdade social. A produção venceu três prêmios no Festival de Gramado de 2006, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Música e Prêmio Especial do Juri.
Esperando Pelo Super Homem (2010)
Focado nas histórias de professores, crianças e de cinco famílias norte-americanas, "Esperando Pelo Super Homem" expõe as deficiências do sistema educacional dos EUA. Recheado de animações e gráficos de fácil assimilação, além de mostrar estatísticas assustadoras; até 2020, somente 50 milhões de americanos terão formação necessária para preencher 123 milhões de empregos com formação qualificada -, o longa-metragem é considerado como "doloroso" ao escancar a necessidade de uma reforma no modelo americano. O documentário está presente no catálogo do Netflix.
Ser e Ter (2002)
Ser e Ter (Être et avoir) tornou-se um sucesso de público no segundo semestre de 2002, trazendo como protagonistas o professor Georges Lopez e o menino Jojo, de 4 anos. O filme mostra a realidade de uma escola em um pequeno vilarejo francês com apenas 200 moradores, e o esforço de professores do ensino fundamental da comuna francesa de Saint-Étienne-sur-Usson em ajudar crianças no começo de sua alfabetização.
Mitã. Criança Brasileira. (2013)
'Mitã' significa criança, na língua guarani. Inspirado nos estudos da educadora Lydia Hortélio, o filme busca caminhos para a reinserção da infância em meio à natureza e ao convívio das crianças entre elas mesmas. "Favorecer o desenvolvimento da cultura da criança", como defende Hortélio, trazendo os quintais, a terra e as plantas ao convívio de jovens criados em meio aos playgrounds dos condomínios fechados.
Girl Rising (2013)
Nove histórias com um obejtivo comum: vencer a pobreza e as injustiças sociais e econômicas a partir da educação. "Girl Rising" aborda a história de nove garotas, em países como Nepal, Peru e Etiópia, que buscam a oportunidade de frequentar a escola e têm suas histórias narradas por celebridades de Hollywood, como Meryl Streep e Kerry Washington.
Para os que pretendem se inspirar, refletir ou conhecer melhor outras realidades, listamos os melhores filmes cujo fio condutor é a educação ð¥ #GazetadoPovo via #Educação
Publicado por Gazeta do Povo em Quinta-feira, 5 de outubro de 2017
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