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Foto: Reprodução | Unsplash.
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Quando se compara a gestão do ensino superior do Brasil com outros países desenvolvidos, o modelo de universidade pública, universal e inteiramente gratuita não é o mais comum. Ele está presente, em especial, nos países escandinavos, mas as nações de língua inglesa, por exemplo, costumam adotar outro padrão, que cobra dos alunos um retorno em dinheiro, seja durante, seja depois que a formação foi concluída.

Conheça abaixo os casos de dez países onde as universidades públicas cobram algum tipo de retorno de seus alunos. A principal fonte dos dados é o estudo Education at a Glance, produzido anualmente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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1. Austrália

Instalado há trinta anos, o modelo australiano prevê o pagamento de taxas mensais ao fim do período de estudos. O sistema gera um desconto automático no salário dos ex-alunos, de acordo com um valor mínimo de renda – o modelo foi proposto pelo economista Milton Friedman, nos anos 1950. O sistema atrai alunos de outros países: 17% de todos os estudantes de ensino superior da Austrália são estrangeiros, 47% deles vindos da China e da Índia.

2. Canadá

No país, tanto a graduação quanto a pós cobram mensalidades, que somam, ao longo de um ano letivo, de US$ 2 mil a US$ 5 mil. Cada universidade pode estabelecer os valores que pretende tomar. A participação da população no ensino superior é expressiva: 61% das pessoas entre 25 e 34 anos são formadas em alguma faculdade.

3. Coreia do Sul

Num país em que 98% dos cidadãos concluíram o ensino médio e 70% terminaram o ensino superior, a graduação nas universidades públicas do país custa entre US$ 2 mil e US$ 5 mil. Já o mestrado salta para a faixa entre US$ 5 mil e US$ 10 mil. O valor equivale a metade do cobrado pelas instituições particulares.

4. Espanha

Os alunos de universidades públicas pagam taxas para cada crédito da disciplina que cursam, partindo de US$ 14. Em Madri, uma norma publicada em 2015 provocou o aumento da mensalidade para estrangeiros que não têm cidadania europeia, e que agora pagam três vezes mais caro do que os locais.

5. Estados Unidos

Tanto as universidades públicas quanto as particulares são estimuladas a buscar financiamento no mercado e podem cobrar mensalidades dos alunos. Em geral, nas instituições estatais, onde estão dois terços dos alunos americanos, a mensalidade equivale à metade do valor e responde por cerca de 20% do orçamento da instituição. Atualmente, 80% dos alunos do ensino superior recebem bolsas ou subsídios governamentais.

6. França

Os alunos pagam taxas anuais para participar dos cursos de graduação e pós. Mas são valores simbólicos, que não ultrapassam os US$ 300 anuais – este sistema também é adotado em Portugal, ainda que lá os valores das anualidades alcancem os US$ 900. Mas, para os cursos voltados para o mercado de trabalho, como os MBAs, são cobradas mensalidades, definidas por cada instituição.

7. Israel

Em média, 20% do orçamento das universidades públicas do país vem da cobrança de mensalidades. Como acontece em outros países, o valor da mensalidade é equivalente à metade do total cobrado nas instituições particulares. A taxa para cursar em instituições estatais varia de R$ 4mil a R$ 10 mil.

8. Itália

As universidades são livres para definir as regras de cobrança de mensalidade, inclusive definindo critérios sociais para estabelecer a gratuidade para estudantes de baixa renda, e taxas diferenciadas de acordo com a situação familiar do aluno. O ensino superior tem atraído uma parcela maior de estudantes, um salto de 19% para 27% entre os adultos de 24 a 35 anos entre 2007 e 2017.

9. Japão

As instituições públicas de ensino superior cobram mensalidades que somam, para o ano letivo, valores equivalentes a US$ 5 mil, em média, para os cursos de bacharelado. É a quarta taxa mais alta entre os 36 países-membros da OCDE. Apesar do custo, 61% das pessoas com 25 a 64 anos têm graduação universitária, muito acima da média de 38% dos países da OCDE.

10. Reino Unido

Até o fim dos anos 1990, o ensino era inteiramente gratuito. O sistema foi alterado para a cobrança de mensalidades, instalado em paralelo com um amplo sistema de financiamento, que prevê o pagamento apenas depois da formatura: os ex-alunos que estiverem recebendo salários acima de um patamar pré-estabelecido pagam 9% de sua renda. Depois de 30 anos, a dívida é encerrada, independentemente do valor que foi pago ao longo do período.

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