A partir da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos começaram a investir pesado em pesquisa e desenvolvimento. O governo do país chegou a dedicar o equivalente a 2% do Produto Interno Bruto, o equivalente a US$ 400 bilhões em valores atuais. Atualmente, o percentual é menor, mas ainda expressivo: o governo investe o equivalente a 0,7% do PIB, ou US$ 160 bilhões.
Este dinheiro ajudou a financiar pesquisas que colocaram os Estados Unidos na Lua, mas também foram fundamentais para o desenvolvimento de uma série de produtos muito utilizados no dia a dia, de aparelhos de GPS a óculos de sol. E muitas dessas invenções foram desenvolvidas dentro de universidades, sejam elas públicas ou privadas.
“Existe uma série de características do sistema americano que, a despeito das profundas diferenças existentes entre os dois países, podem contribuir para aprimorar as políticas públicas brasileiras para C&T [Ciência e Tecnologia]”, escrevem as pesquisadoras Fernanda De Negri e Flávia de Holanda Schmidt Squeff, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em artigo sobre o assunto. “A complexidade e a diversidade de instituições e formas de atuação da política pública norte-americana para a área são, muito provavelmente, um dos fatores de sucesso da ciência e da tecnologia americana nas últimas décadas”.
É assim nos Estados Unidos, mas também na Inglaterra e na Suíça, os três países que abrigam as dez melhores instituições de ensino superior do planeta, eleitas pelo ranking anual produzido pela empresa britânica Quacquarelli Symonds. Conheça agora o investimento do governo em pesquisa em cada uma dessas universidades.
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1. Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)
Propriedade: Privada
Sede: Estados Unidos
Fundação: 1861
Prêmios Nobel: 78
Orçamento: US$ 16,4 bilhões
Alunos por professor: 10,77
Gastos com pessoal: 51%
Investimento para pesquisa: US$ 2,4 bilhões
Percentual de verba pública em pesquisa: 66%
Desde o início deste século, os pesquisadores da instituição passaram a contar com o apoio de um grupo dedicado a tarefas contáveis e administrativas. Assim, podem se dedicar ao que fazem de melhor, que é desenvolver projetos de pesquisa, sem perder prazos importantes para garantir a continuidade dos investimentos.
2. Universidade Stanford
Propriedade: Privada
Sede: Estados Unidos
Fundação: 1891
Prêmios Nobel: 27
Orçamento: US$ 26,5 bilhões
Alunos por professor: 7,4
Gastos com pessoal: 67%
Investimento para pesquisa: US$ 1,63 bilhão
Percentual de verba pública em pesquisa: 80%
A universidade mantém mais de 6 mil projetos financiados externamente. O dinheiro dos investidores, sejam eles o governo ou instituições privadas, ajuda a manter desde um laboratório dedicado a acelerar partículas subatômicas até espaços dedicados a estudar neurociências, física experimental, energia e linguística.
3. Universidade Harvard
Propriedade: Privada
Sede: Estados Unidos
Fundação: 1636
Prêmios Nobel: 47
Orçamento: US$ 38,3 bilhões
Alunos por professor: 4,7
Gastos com pessoal: 50%
Investimento para pesquisa: US$ 4,5 bilhões
Percentual de verba pública em pesquisa: 72%
De hospitais afiliados até pesquisas em novos materiais para a engenharia e análises desenvolvidas pela Escola de Negócios e pela Faculdade de Direito, a universidade Harvard atua em projetos em praticamente todas as áreas de conhecimento, em centros de pesquisas mantidos em todos os continentes.
4. Universidade Oxford
Propriedade: Pública
Sede: Inglaterra
Fundação: 1096
Prêmios Nobel: 51
Orçamento: US$ 2,72 bilhões
Alunos por professor: 12,95
Gastos com pessoal: 46%
Investimento para pesquisa: US$ 700 milhões
Percentual de verba pública em pesquisa: 74%
Em um país em que o governo é especialmente dedicado a financiar pesquisas, Oxford se orgulha por ostentar um dos mais baixos índices de dependência de dinheiro público – ainda assim, o percentual é equivalente ao de outras instituições norte-americanas de altíssimo padrão, como Harvard e Stanford.
5. Instituto de Tecnologia da Califórnia
Propriedade: Privada
Sede: Estados Unidos
Fundação: 1891
Prêmios Nobel: 31
Orçamento: US$ 7,93 bilhões
Alunos por professor: 7,46
Gastos com pessoal: 45%
Investimento para pesquisa: US$ 270 milhões
Percentual de verba pública em pesquisa: 90%
Entre as principais instituições do governo americano clientes da Caltech, as principais são o Departamento de Defesa, o Departamento de Energia e a Nasa. Dos 68 mil metros quadrados de laboratórios mantidos pela instituição saem pesquisas principalmente em engenharia, astronomia e computação.
6. Instituto Federal de Tecnologia de Zurique
Propriedade: Pública
Sede: Suíça
Fundação: 1855
Prêmios Nobel: 29
Orçamento: US$ 1,85 bilhão
Alunos por professor: 3,19
Gastos com pessoal: 63%
Investimento para pesquisa: US$ 190 milhões
Percentual de verba pública em pesquisa: 72%
Desde o ano passado, o Exército americano e o Pentágono vêm aumentando o número de parcerias com o instituto suíço, em projetos secretos que só reforçam a importância estratégica do instituto que abrigou o físico Albert Einstein. Recentemente, uma nova leva de antibióticos, encomendada pelo governo local e desenvolvida pela instituição, chegou à fase final de testes.
7. Universidade Cambridge
Propriedade: Pública
Sede: Inglaterra
Fundação: 1209
Prêmios Nobel: 90
Orçamento: US$ 7,83 bilhões
Alunos por professor: 1,28
Gastos com pessoal: 45%
Investimento para pesquisa: US$ 630 milhões
Percentual de verba pública em pesquisa: 79%
Responde por 7,9% de todo o orçamento dedicado a pesquisa no país – perde para sua principal rival, Oxford, que recebe 9,5%, mas supera o Colégio Universitário de Londres e o Colégio Imperial de Londres. Os centros de pesquisa da instituição vêm recebendo investimentos maiores de outros países, em especial a China.
8. Colégio Universitário de Londres
Propriedade: Pública
Sede: Inglaterra
Fundação: 1826
Prêmios Nobel: 29
Orçamento: US$ 1,86 bilhão
Alunos por professor: 5,36
Gastos com pessoal: 55%
Investimento para pesquisa: US$ 520 milhões
Percentual de verba pública em pesquisa: 86%
Os principais financiadores das pesquisas realizadas pela instituição são órgãos do governo, em especial da área de saúde, mas seus laboratórios também são muito procurados por outros governos integrantes da União Europeia. A indústria britânica responde por boa parte do percentual de investimento que vem da iniciativa privada.
9. Colégio Imperial de Londres
Propriedade: Pública
Sede: Inglaterra
Fundação: 1907
Prêmios Nobel: 21
Orçamento: US$ 1,34 bilhão
Alunos por professor: 4,69
Gastos com pessoal: 53%
Investimento para pesquisa: US$ 345 milhões
Percentual de verba pública em pesquisa: 82%
A instituição mantém uma empresa própria, a Imperial Innovations, dedicada a apresentar ao mercado os resultados de suas principais pesquisas. A universidade também atua em parceria com o MIT. Na avaliação realizada pelo governo britânico para medir a qualidade dos projetos, 91% das iniciativas da instituição receberam a nota mais alta.
10. Universidade de Chicago
Propriedade: Privada
Sede: Estados Unidos
Fundação: 1890
Prêmios Nobel: 89
Orçamento: US$ 8,2 bilhões
Alunos por professor: 5,75
Gastos com pessoal: 53%
Investimento para pesquisa: US$ 421 milhões
Percentual de verba pública em pesquisa: 73%
A universidade fundou escolas mundialmente influentes em diferentes áreas, de crítica literária e sociologia a arquitetura e economia. Atualmente, opera mais de 140 centros de pesquisas, além de formar parcerias com outras instituições e empresas da Europa e da Ásia, em especial do Japão.
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