Depois de o novo processo de seleção por cotas raciais rejeitar quase 70% dos candidatos inicialmente selecionados, a UFU (Universidade Federal de Uberlândia) exonerou o responsável pelo processo de admissão, Dennys Xavier. Ele ocupava o cargo de diretor de processos seletivos desde o início do ano.
A demissão se deu nesta terça-feira, logo após o anúncio do resultado do vestibular. Oficialmente, a reitoria da UFU alega apenas que a mudança se deu devido a um “arranjo institucional”.
Dennys, entretanto, acredita que o novo sistema de ingresso por cotas – que exige uma entrevista presencial para coibir fraudes – pode ter relação com a mudança.
“A alegação do reitor foi que havia uma pressão da equipe mais próxima a ele contra mim. Não me foi dada nenhuma outra explicação”, disse à Gazeta do Povo.
Após a adoção do novo sistema, quase 70% dos primeiros candidatos selecionados por cotas raciais acabaram eliminados. Mesmo após uma segunda rodada de entrevistas com novos candidatos, sobraram 110 vagas das quase 500 reservadas a alunos das categorias preto, pardo e indígena.
Dennys diz ter apoio do movimento negro e afirma que o método anterior – que exigia apenas a autodeclaração – é “falido”.
“O sistema anterior é completamente quebrado. Ele não funciona e só promove injustiça. Se você não fizer um processo criterioso de verificação das autodeclarações antes do ingresso do aluno na universidade, a lei de cotas não serve para nada”, afirma.
Recentemente, por causa das denúncias de fraude, outras universidades têm adotado a entrevista presencial como parte do processo de admissão por cotas.
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