É preciso filtrar o que os livros ensinam
Ao percorrer as prateleiras de livros sobre educação é possível perceber os mais diferentes títulos que prometem tudo o que é possível imaginar. Lançado recentemente, a obra Filhos: Manual de Instruções, de Tania Zagury, tem título autoexplicativo. De forma simples, traz o "feijão com arroz" de como acabar com chiliques, como ajudar a criança a comer ou estudar bem, mas também avança em temas atuais. São exemplos as dicas para melhorar o relacionamento entre meio-irmãos e como auxiliar os jovens no uso da internet e lan houses.
Edlaura Gutierres Caropreso, 31 anos, sempre se empenhou para tirar todas as dúvidas que tinha enquanto o filho Caio Gabriel, 7 anos, crescia. Há quase dois anos, Samuel nasceu e a mamãe reviveu a insegurança de ter um recém-nascido em casa. Quanto tempo o bebê deve dormir? Como cuidar? Como alimentar? Quando e em que escola colocar? Sem mencionar os novos desafios do filho mais velho, que a cada etapa enchiam a cabeça dos pais de dúvidas.
"Tivemos de aprender a lidar com a fase da descoberta da leitura, que é linda, mas que era atrapalhada por causa da minha ansiedade. A imposição de limites também é algo difícil. Descobrir como ter autoridade, sem ser autoritário", conta Edlaura.
A forma que ela e o marido, Salvador Caropreso, encontraram para se tranquilizarem no papel de pais foi buscar ajuda. "Li livros sobre educação, fui a palestras e estou sempre em contato com a escola em que meu filho estuda. Mas nunca me deixei influenciar por completo, pois sei que cada criança tem sua personalidade, seu jeito, e a criação nunca será da mesma forma que é sugerida. Muitas vezes vale a intuição. E, se pintar a dúvida, minha mãe me socorre com seus valiosos conselhos", diz.
Na criação dos filhos é comum pais ouvirem conselhos de todos os lados, seja de alguém que presencia uma birra no supermercado, de outros pais, ou de algum familiar. Mas, por mais bem-intencionados que sejam os "conselheiros", muitas vezes as informações podem deixar pais cada vez mais confusos.
Escola
Para a pedagoga Esther Cristina Pereira, a principal dúvida dos pais é em relação aos limites que precisam ser dados. "Eles querem saber como dizer não, sem deixar os filhos frustrados. Precisamos entender que isso educa os filhos sem frustrá-los, trabalhando a possibilidade de preparo para os nãos futuros da vida adulta", diz. Esther acredita que família e escola devem estar juntas na educação das crianças. Como coordenadora pedagógica do Colégio Atuação, ela conta que reuniões mensais, em formato de palestra, têm obtido sucesso entre os pais dos alunos, que percebem que não estão sozinhos e que podem contar com a escola para tirar suas dúvidas. "Chamamos de Escola de Pais. Um palestrante fala sobre o relacionamento entre pais e filhos, diferentes formas de agir e de ajudar as crianças em seu processo de formação como estudante e ser humano", diz.
Serviço:
Grito de Guerra da Mãe Tigre (Editora Intrínseca, R$ 29,90, 240 páginas).
Filhos: Manual de Instruções (Editora Record, R$ 29,90, 224 páginas).
Deixe sua opinião