Em crise financeira, a Universidade de São Paulo (USP) abriu licitações em 2017 para aquisição de toneladas de café especial, milhares de potes de sorvete e de barras de chocolate.
Por enquanto, apenas uma das compras - a de café - foi homologada em Diário Oficial, datado de 14 de novembro: serão gastos R$ 176.195.
A compra do café foi solicitada pela Faculdade de Direito. No edital, de nº 04/2017, a descrição do produto é composta por quatro opções. Uma delas contém grãos do tipo arábica, usado somente em cafés gourmet. Para todas as ofertas, a empresa vencedora deve entregar o item com qualidade superior a 6 pontos em uma escala sensorial que vai até 10.
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â Ideias (@ideias_gp) December 1, 2017
A Associação Brasileira de Indústria de Café (Abic) tem recomendação técnica dividida em três escalas de qualidade. O mínimo é para o café tradicional ou extraforte (superior ou igual a 4,5 e e menor que 5,9), seguido do especial (superior ou igual 6,0 e menor que 7,2) e gourmet (superior ou igual a 7,3 e 10).
Para o tipo exigido pela USP, segundo a Abic, o produto tem “qualidade boa e sabor mais acentuado. São comparáveis aos vinhos superiores, que estão na escala intermediaria de qualidade, melhores que os tradicionais e/ou extra fortes e com valor agregado”.
Outro aspecto que chama atenção é o tamanho da compra. Foram licitados 26,9 mil pacotes de 500 gramas.Ou seja: 13, 4 toneladas. A ata de registro de preços tem duração de 12 meses, segundo o edital e a Seção de Materiais da Faculdade de Direito.
Além do café especial, outra unidade da USP abriu licitação para comprar sorvete. São 370 litros, além de mais 1.150 unidades de picolé de 60 gramas e 128 mil potes com 50 gramas – ao todo, são 6,5 toneladas de sorvete.
Os sabores pedidos no edital são de chocolate, coco, flocos, milho verde morango e uva. A abertura das propostas das empresas concorrentes ocorreu em 27 de novembro. Por ser recente, a ata de registro de preços da oferta vencedora ainda não foi publicada em Diário Oficial do Estado de São Paulo.
Outra licitação é a compra de chocolates, com as ofertas previstas para serem abertas em 7 de dezembro, às 10h. No edital, de n° 17/2017, da unidade Prefeitura do Campus Bauru, diversos produtos estão descritos para o restaurante universitário da instituição. Porém, o que chama atenção são as barras de chocolate.
O produto está dentro do lote 3 (doces enlatados e compotas), que ainda tem ameixa, doce de corte, coco ralado, pó para gelatina e demais itens do tipo, todos com quantidades inferiores a de chocolate, listado em 9 mil barras de pelo menos 25 gramas, cada.
Como as ofertas ainda serão abertas, em 7 de dezembro, ainda não é possível prever quanto a USP vai gastar com os itens. Na modalidade pregão eletrônico, cada empresa dá o seu preço, dando a possibilidade de a contratante escolher pelo menor valor.
Em reposta à Gazeta do Povo, a Faculdade de Direito da USP informou que a qualidade licitada em detrimento ao café tradicional, que é mais barato, “sempre foi consumida na unidade” e que a referida compra será compartilhada com demais dentro da instituição, que ao todo, são oito.
Sobre a disponbilidade financeira da USP para assumir toda a quantidade de café, a Faculdade de Direito disse que na modalidade de licitação realizada - pregão eletrônico - não existe reserva ou empenho de recursos para aquisição do produto, desobrigando a instituição a ficar com qualquer quantidade caso não tenha dinheiro disponível.
Segundo a Superintendência de Assistência Social (SAS), “a aquisição de sorvete é para o consumo nos restaurantes universitários mantidos pela USP, que atendem a alunos, professores e funcionários”. No edital, estão incluídos os restaurantes Central e do Instituto de Física, além de duas creches, a Central e a da da ala de Saúde.
De acordo com a Seção de Material da Prefeitura do Campus Bauru, a licitação terá a “ata de registro de preços para vigorar para o ano de 2018 para abastecimento do Restaurante Universitário da PUSP-B, que tem como usuários principais os alunos de Graduação e Pós-Graduação do Campus USP de Bauru”.
“A quantidade que consta no edital (9 mil unidades de chocolate) é uma previsão de consumo para 1 ano; no entanto, isso não quer dizer que será consumida a totalidade, pois nessa modalidade de licitação fazemos o registro do preço e, quando há necessidade daquele produto, poderá ser solicitada a contratação pelo preço que estiver registrado”, justificou.
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