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A ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República, Matilde Ribeiro, esteve nesta quarta-feira (16) em Londrina para proferir a aula inaugural da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A ministra falou para o Anfiteatro Maior do Centro de Ciências Humanas da instituição, repleto de líderes da comunidade negra, professores e estudantes, sobre a "Implantação de Ações Afirmativas na Universidade Brasileira".

Além de possibilitar o acesso das minorias às universidades públicas, a implantação do sistema de cotas esquentou ainda mais o eterno debate em torno das discriminações racial e social. Um projeto de lei de autoria do governo federal prevê a destinação de 50% das vagas das universidades públicas do país a alunos de escolas públicas e para negros. É a chamada Reforma Universitária.

"As cotas contribuíram para uma mudança de cenário. Hoje, há um movimento grande de debate estudantil sobre cotas. Mesmo com posições contrárias, o clima interno nas universidades não é de hostilidade como se supunha", disse Ribeiro.

Atualmente, um grupo formado por representantes de dez órgãos governamentais deu início a um levantamento dos debates promovidos por instituições de ensino superior e irá analisar a universidade brasileira do ponto de vista da inserção, comparando a realidade do Brasil com a de outras nações. O trabalho resultará em um documento que irá embasar o projeto de lei do governo federal.

Pagamento

O sistema de reserva de vagas foi iniciado em 2002 nas universidades estaduais da Bahia e do Rio de Janeiro. Depois delas, Universidade de Brasília e UEL fizeram o mesmo e outras 13 instituições federais e estaduais estão em fase de implementação da política de cotas. "As cotas são o pagamento de uma dívida histórica. Não adianta reservar vagas somente nas instituições públicas, que não têm condições de atender a toda a demanda. As universidades privadas precisam passar pelo mesmo regime", lembrou a ministra.

Ela defendeu, no entanto, a necessidade de investimentos na educação de base com o argumento de que não há como garantir à população ensino superior de qualidade sem melhorar os ensinos fundamental e médio. "Tudo tem de ser feito ao mesmo tempo por isso são necessários grandes investimentos em todas as fases".

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