O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) pode ter menos peso dentro do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). A afirmação é do presidente da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), Sérgio Franco.
O atual valor do exame dentro do sistema de avaliação foi um dos principais temas discutidos no 2º Seminário Internacional de Avaliação da Educação Superior, realizado em Brasília na última semana. De acordo com Franco, o Enade equivale a 40% da nota do Sinaes, proporção que segundo ele incomoda toda a comunidade acadêmica.
A tendência, e a Conaes já determinou isso em concordância com o ministério, é que o peso do Enade diminua. Para isso precisamos buscar estratégias para que as outras avaliações aconteçam de fato, apontou Franco em entrevista Agência Brasil.
O presidente da Conaes refere-se especificamente avaliação institucional das universidades e faculdades, indicador que faz parte do Sinaes, mas nunca foi aplicado.
No projeto original, o Sinaes estabelece que além do desempenho dos alunos, hoje medido pelo Enade, a avaliação deve utilizar outros instrumentos para aferir aspectos como a gestão, o corpo docente, as instalações, a responsabilidade social da instituição e outras variáveis que influenciam na qualidade do ensino.
Segundo Franco, está previsto para este ano o início das avaliações institucionais que ficará a cargo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O processo começará pelas universidades.
O Enade é um indicador interessante, mas tecnicamente frágil. O problema é que é uma prova e toda prova tem limitações. Para alguns cursos como contabilidade ele é muito adequado, mas para outros, como arquitetura, por exemplo, não é , avaliou.
Franco reitera, entretanto, que o exame é importante porque o aluno é o produto da instituição e deve ser capaz de dar uma resposta.
A avaliação institucional deverá levar em conta aspectos como a proposta da instituição, a qualificação e o regime de trabalho do corpo docente e a política de ensino, pesquisa e extensão, para o caso das universidades.
O Enade é realizado desde 2004, por amostragem, e tem caráter obrigatório. O principal objetivo é aferir o rendimento dos alunos de cursos de graduação em relação a conteúdos, habilidades e competências que devem ser desenvolvidas ao longo da formação.
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