Enem Digital: estudantes alegam que não puderam fazer as provas.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Durante a primeira aplicação do modelo digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (31), alguns candidatos não conseguiram realizar a prova por falhas no sistema do Enem Digital, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

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A informação de que houve problemas no sistema foi confirmada pela Gazeta do Povo, em contato com a assessoria do Ministério da Educação. À noite, em coletiva, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, também confirmou os problemas.

"Todo processo novo está sujeito a empecilhos. Quem não conseguiu fazer a prova hoje (31) pode fazer a segunda etapa de provas no próximo domingo (6), e pedir a reaplicação [da primeira etapa do Enem Digital]. Ou pode pedir para fazer as duas provas, em papel, dias 23 e 24 de fevereiro", disse.

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O Inep informou que o problema ocorreu em um dos servidores do instituto, atrasando o envio das provas digitais para alguns computadores do país. Como todos os estudantes deveriam ter iniciado o Enem Digital às 15h30, aqueles que foram prejudicados podem pedir a reaplicação.

Abstenção no Enem Digital e provas de Manaus

Ao todo, a prova foi realizada em 1.028 locais de 104 municípios. Segundo o Inep, 58.489 inscritos não fizeram as provas. Com isso, a abstenção nesta primeira etapa do Enem Digital foi de 68,1%.

O presidente do Inep avaliou o número como alto, mas esperado devido à pandemia de coronavírus. Ele reforçou também que os estudantes de Manaus, que enfrenta colapso no sistema de saúde, farão a prova nos dias 23 e 24 de fevereiro, assim como os inscritos que não puderam realizar a prova deste domingo (31) por problemas técnicos ou de saúde.

Distrito Federal

No Distrito Federal, Larissa Giovana Nascimento de Andrade Xavier, de 19 anos, teve de esperar em seu local de prova até às 15h30 e, então, foi orientada a ir para casa. "O sistema parou, não liberou as provas e ficamos esperando sem fazer nada até as 15h30", conta a estudante, "Depois, só passaram um número para registrarmos a reclamação e disseram que faríamos a reaplicação da prova provavelmente só em março".

Para Larissa, a situação demonstra um descaso com os estudantes. "Eu moro super longe de onde fui fazer a prova e a gasolina custa mais de R$ 5. Isso é um descaso total. Além de toda a preparação para fazer a prova, é um sentimento inexplicável, um descaso conosco". De acordo com a estudante, o problema foi em toda a Universidade Católica de Brasília, seu local de prova. O marido de Larissa, que fazia o exame em outro prédio da universidade, conseguiu começar o exame, mas foi instruído a finalizar e encerrar a prova.

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Amapá e Alagoas

Em Macapá, Luciene Souza da Silva, de 23 anos, conta ter esperado por mais de uma hora na tentativa de ter acesso à plataforma.

"Nem abriu o sistema. Ficamos esperando porque quem estava aplicando a prova disse que era para aguardar. Foi mais de uma hora esperando liberar o sistema e nada, então mandaram a gente ir embora", relata. "Disseram que não era culpa da internet e nem dos computadores da escola, mas sim um problema no sistema. Dos oito laboratórios da escola, só um conseguiu acessar o sistema".

No Estado de Alagoas, em Arapiraca, os computadores sequer foram ligados na sala onde Letícia Pereira, de 17 anos, fazia a prova. "Quando chegamos, os computadores estavam desligados e assim permaneceram. Ficamos esperando até as 13h30 para começar a prova, depois de termos assinado a lista de presença e a folha de redação e rascunho", conta a estudante. "Coordenadores vieram avisar os fiscais de sala que não teria a prova. Os fiscais avisaram que, devido a um problema na conexão, deveríamos remarcar a prova para outro dia".

O Inep afirmou apenas que "qualquer informação relacionada à aplicação do exame será abordada na coletiva", prevista para ocorrer às 20h deste domingo (31).