Se durante a realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) usar a tecnologia pode eliminar um participante, no processo de preparação e estudos ela pode ser uma das melhores aliadas. Com a internet cada vez mais difundida em casa, nos celulares e nas escolas, muitas opções ficam ao alcance de quem está se preparando para o exame. São aplicativos, sites, simulados e videoaulas que ajudam a criar uma rotina de estudos e revisar conteúdos.
Pensando nisso, muitos professores e escolas não abrem mão de ter o computador e aplicativos de celular como uma das ferramentas de ensino. Em 2016 o Ministério da Educação (MEC) resolveu facilitar a vida dos conectados e criou a Hora do Enem, portal elaborado em parceria com a Roquette Pinto Comunicação Educativa e a Geekie Games.
A plataforma, lançada em abril, é um projeto que atua em diversas frentes para auxiliar o aluno: conta com videoaulas, plano de ensino personalizado, simulados e um programa de tevê diário. O estudante pode acessar via aplicativo no celular, tablet, ou no computador, de forma totalmente gratuita.
Segundo o MEC, o projeto era uma “vontade antiga” de atender ao principal público do Enem, para quem a tecnologia é quase “orgânica no cotidiano”. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) , 31% dos participantes do Enem 2016 têm entre 21 e 30 anos.
Uma das grandes discussões envolvendo celular e sala de aula é como se manter focado. Quando se estuda pelo celular ou computador fica difícil fugir da “tentação” de olhar as redes sociais, já que elas estão há apenas um clique de distância.
O melhor conselho nessas horas é: tenha força de vontade. Pode até soar um pouco clichê, mas é a dica que está na ponta da língua dos alunos do Sesi que se preparam para o Enem. “Quando você está estudando, mesmo que seja pelo celular, o importante é você mesmo se fiscalizar. A gente precisa manter a consciência daquilo que quer, nosso objetivo, e isso é o que mantém a gente focado no aplicativo enquanto estuda”, explica a estudante Adrielly Fazolo.
De acordo com Paulo Roberto Fiatte, do Grupo Acesso, os professores têm um papel fundamental na criação dessa consciência do aluno. “A gente não pode ignorar que existe o celular ou tablet. Precisamos focar em mostrar que eles também são úteis na hora de aprender. É importante o professor incorporar essa tecnologia dentro da aula cada vez mais, assim, o aluno mesmo consegue ver que o celular não é só rede social”, reforça.
Aplicativos
Outras ações também buscam trazer a tecnologia para dentro desse ambiente de preparação para as provas. No Colégio Sesi, por exemplo, os alunos e professores ganharam o reforço de um aplicativo de celular pensado exclusivamente para o Enem, que reúne plano de estudos personalizado, exercícios e vídeos sobre os conteúdos para alunos que vão prestar o exame. O app, chamado “Super Liga Prova 10”, funciona desde o início de setembro, e surgiu da necessidade de disponibilizar o conteúdo em um ambiente mais natural ao jovem, que é a internet e o smartphone.
“Sempre tivemos essa preocupação de colocar a tecnologia nas nossas ações. A vantagem disso é que usamos algo que o aluno tem o tempo todo em mãos, que é o celular. Mesmo sem o app, eles já usavam o smartphone em sala, para anotar, fazer buscas e ajudar nos cálculos. Então, não poderíamos ignorar esse recurso”, explica Denis Martins, analista técnico da Gerência de Educação do Sesi Paraná.
Para os alunos do Sesi, aliar as ferramentas do smartphone com o dia a dia das aulas é a grande vantagem do aplicativo. “Uma das coisas mais legais no app é poder criar uma rotina de estudos. A gente marca o período do dia, e quantas horas pretendemos estudar por semana. Também recebemos uma notificação de quando precisamos começar. Ajuda muito a ser mais organizado”, conta Mariana Gomes, aluna do 3º ano.
A facilidade de acesso é outro benefício apontado pelos alunos. “O aplicativo me ajuda principalmente a estudar quando estou fora de casa. Fica mais fácil pegar o celular e resolver alguns exercícios no caminho para casa, por exemplo”, comenta o estudante Nícolas Valles.
Da mesma necessidade de ingressar no “mundo natural” dos alunos, o Grupo Acesso também criou um aplicativo para os estudantes. Conhecido como SAE digital, a ferramenta não tem como foco exclusivamente o Enem, já que é usado desde o 6º ano do Ensino Fundamental até o curso pré-vestibular. Mas o exame é também uma das preocupações. “Com os alunos do pré-vestibular temos um foco muito grande no Enem, e esse aplicativo atende a isso também. Para esses estudantes, as atividades de fim de capítulo são bem direcionados com exercícios que já caíram na prova, ou que seguem o mesmo modelo do exame. Esse é um objetivo que ficou bem definido com o app ”, explica Paulo Roberto Fiatte, coordenador pedagógico do Grupo Acesso e da plataforma adaptativa SAE digital.
Os alunos do grupo usam o aplicativo principalmente como avaliação de cada etapa estudada em sala de aula: no final de cada capítulo, eles respondem, pelo celular, quatro questões. Quem acerta 75% pode finalizar a atividade ou assistir a uma videoaula sobre o assunto. Quem não cumpriu o esperado precisa ver o vídeo e responder mais três perguntas sobre o tema, antes de terminar.
“A grande vantagem de usar a tecnologia e aplicativos para estudar é que eles funcionam como uma plataforma de estudos acessível ao aluno, e ajudam a criar uma rotina, que é um elemento muito importante na preparação de qualquer estudante, principalmente aqueles que vão prestar o Enem”, ressalta Fiatte.
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