Respeitar o formato dissertativo-argumentativo, os Direitos Humanos e, sobretudo, ler atentamente o tema proposto: esses são alguns passos básicos que podem ajudar o aluno a conseguir alcançar 1 mil pontos, a nota máxima na Redação do Enem 2016 – a prova acontece no segundo dia do exame, que ocorre nos dias 5 e 6 de novembro.
Qual tipo de letra devo usar?
O Enem permite o participante use letra de forma ou cursiva, inclusive podendo misturar os dois tipos de fonte. A exigência é que elas sejam legíveis e que esteja claro a diferença entre letras maiúsculas e minúsculas.
Meu texto precisa ter título?
É um elemento opcional. O participante que optar por usar título precisa saber que ele será contado como linha escrita.
Quantas linhas preciso escrever?
É preciso escrever no mínimo sete linhas e no máximo 30. Nessa contagem, trechos copiados de textos motivadores ou de questões do caderno de provas são desconsiderados.
O acordo ortográfico será cobrado?
Sim. O acordo está em vigor desde 1º de janeiro deste ano e, portanto, será a base de avaliação da competência número um avaliada pelo Enem: “demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa”. Além disso, os participantes não devem usar linguagem informal como gírias ou palavrões.
Eu sou obrigado a fazer o rascunho?
Não. O único texto avaliado é o que está na folha da versão definitiva.Porém, é quase unanimidade entre os professores que o mais indicado é produzir uma versão antes do texto final, principalmente porque é nele que as ideias e argumentos são organizados. O formato do rascunho é uma decisão pessoal: pode ser apenas uma lista de argumentos ou uma versão inicial do texto, seguindo o que foi realizado na etapa de estudos. “O momento do exame não é o mais adequado para ‘invencionices’ ou para testar novas formas de construir o projeto de escrita”, alerta Julio Cesar Domingas, editor de linguagens de Sistema de Ensino da FTD .
Quanto tempo eu tenho para escrever?
Serão 5h30 para escrever uma redação e resolver 90 questões, 45 da prova de Matemática e Suas Tecnologias e outras 45 de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias. Dentro desse período, o participante é responsável por gerenciar o tempo . Ele pode escolher se começa a produzir a redação antes ou depois de responder ao exame– a gerente editorial de Sistema de Ensino da FTD Educação, Sandra de Castro, recomenda que os estudantes não façam a redação antes das questões. “A tendência de ter novas ideias ao longo da prova é grande”. Outra alternativa é fazer um rascunho, responder as questões e, no fim, produzir a versão final. “ A decisão é do participante. Por isso é importante que o aluno tenha feito simulados e treinado para descobrir o melhor método realizar uma boa prova”.
Outra preocupação pertinente é ficar atento aos cinco critérios de correção do Enem. Também chamados de competências pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo teste, elas englobam : domínio formal da Língua Portuguesa; compreensão da proposta e limites estruturais do texto; organização e interpretação de informações; construção da argumentação e elaboração da proposta de intervenção para o problema abordado. Eles são explicados de forma detalhada pela Cartilha do Participante divulgada pelo instituto.
“Para organizar um bom texto dissertativo-argumentativo para o Enem, o estudante não pode esquecer do modelo clássico desse tipo de redação: a apresentação de uma tese, ou seja, uma opinião sobre o tema proposto e de argumentos que apoiem e justifiquem essa tese”, diz Julio Cesar Domingas, editor de linguagens de Sistema de Ensino da FTD Educação.
Seguir esse modelo garante que o participante corra menos riscos. “A minha sugestão é que não tente subverter esse formato, afinal, a redação do Enem é um momento importante e com pouco tempo para ser produzida”, aconselha Cleuza Cecato, professora de produção de texto do Colégio Bom Jesus.
Respeitando o formato, o participante precisa focar em construir uma tese e argumentação sólidas. Como o espaço é limitado em 30 linhas, a dica é pensar em uma boa divisão para o texto. Cleuza acredita que um bom texto para o Enem tem entre três e cinco parágrafos, sendo o primeiro de introdução e o último para a conclusão e proposta de intervenção – o desenvolvimento da argumentação é que vai variar.
Introdução
Para começar um texto existe um leque de opções: o ideal é que o participante use aquele com que se sente mais confortável. “Apresentação é mostrar como você enxerga aquele tema com as suas palavras, seja por definição, exemplificação, citação clássica desenvolvida na sequência, bifurcação, tópicos para serem desenvolvidos no texto. Pode até ser uma pergunta, não muito geral, e que vai ser respondida com seus argumentos”, explica Cleuza.
Argumentação
A parte da argumentação é a mais importante da redação no Enem, pois é ela quem faz o texto se enquadrar no modelo proposto. Sandra de Castro, gerente editorial de Sistema de Ensino da FTD Educação, indica que, para atingir uma nota alta, o texto deve fugir do senso comum. “Demonstre criatividade e inteligência na elaboração de seus argumentos”, ressalta.
Segundo ela, um erro bastante comum dos candidatos do Enem é copiar trechos da coletânea de textos apresentados para embasar a argumentação – Sandra alerta que o estudante jamais copie esses trechos, já que eles servem para contextualizar o assunto e indicar possibilidades argumentativas. A gerente recomenda que o melhor caminho é estar bem informado e saber ponderar opiniões diferentes para construir a sua.“Leia jornais, sites, revistas, livros e converse com amigos, familiares e professores”.
É importante que os argumentos formem uma unidade com a introdução e guiem a redação para uma conclusão. Para isso, Julio aconselha que o participante se preocupe em desenvolver esses argumentos com coerência e coesão.
Proposta de intervenção
Por fim, o Enem exige que o participante traga uma proposta de intervenção para o problema debatido. Essa conclusão precisa atender algumas exigências. Primeiro, ela deve respeitar os direitos humanos. Segundo, precisa ser sustentada pela argumentação desenvolvida durante o texto. O participante ainda deve deixar claro como ela será executada. Ou seja: essa solução não pode ser generalista e vaga.
Cleuza aconselha que os participantes pensem em três atores sociais: “poder público, indivíduo e sociedade. Afinal, esses atores podem minimizar o problema discutido”. De acordo com Sandra, é importante ter criatividade. “Pense em soluções ou ações que possam reverter quadros negativos ou reforçar quadros positivos”, finaliza.
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