O delegado de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal no Piauí, Alexandre Uchôa, confirmou nesta quinta-feira (18) que a foto com o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi divulgada minutos antes do início da prova. Ele informou que ainda não identificou os responsáveis nem os beneficiados pela fraude. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) negou haver indícios de vazamento e afirmou que a denúncia está em apuração.

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"Estamos em diligências. A investigação ainda não foi concluída e não confirmei vazamento, disse que teve a foto da prova. Mas temos dificuldades para identificar de onde partiu, quem foram os responsáveis e quantos se beneficiaram com isso", disse o delegado. Ele informou que pediu a prorrogação do prazo para concluir o inquérito até janeiro.

"A perícia constatou que ele (o estudante Jomásio Barros, de 17 anos) recebeu o tema da prova em seu celular, antes do horário. Ele recebeu a foto minutos antes. Não foi vazamento da prova da gráfica. O vazamento pode ter acontecido no local de aplicação das provas. Vamos tentar fazer a cadeia reversa do WhatsApp, mas ainda estamos fazendo algumas diligências", disse Uchôa.

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A denúncia foi feita pelo próprio estudante, que faria a prova e recebeu o tema da redação pelo aplicativo. Depois do exame, Barros gravou um vídeo e postou nas redes sociais, mostrando que tinha a questão antes da prova. Ele levou o material e formalizou uma denúncia de vazamento do Enem na PF.

O tema da redação "Publicidade Infantil em Questão no Brasil" teria chegado ao celular às 10h47 do dia 9 de novembro. O Piauí está fora do horário de verão e uma hora atrasado em relação ao horário de Brasília. Ele recebeu a informação uma hora e 13 minutos antes da aplicação do exame. O horário oficial para o início das provas era às 13 horas. O estudante fez as provas no Colégio Machado de Assis, em Picos, a 314 quilômetros ao sul de Teresina.

Segurança

O advogado da família de Barros, Luís Henrique, disse que o jovem estava sendo ameaçado. Ele afirmou que o rapaz estava sendo chamado de criminoso por meio de mensagens enviadas por e-mail e pelas redes sociais. Sem mencionar o teor das denúncias o advogado disse que solicitou ajuda da polícia para que faça a segurança do jovem.

"A família, principalmente Barros e sua mãe, vem sofrendo ameaças caso as provas sejam anuladas. Ele não está mais indo para a faculdade. Vem sendo tachado de criminoso, quando o que fez foi prestar um serviço público", disse Henrique.

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O delegado Uchôa afirmou que não tem conhecimento das ameaças e que não escalou segurança especial para Barros e sua família. "Não tomamos conhecimento disso nem sobre o pedido de proteção", afirmou o delegado federal.

Investigação

Na tarde desta quinta-feira, a PF informou que continua em curso a investigação para identificar o emissor da mensagem. "A PF confirma que recebeu, por meio de denúncia, informações indicando o tema da redação. No entanto, ainda se está investigando a situação em que o dado foi veiculado e quais seriam as circunstâncias e motivos que teriam levado à sua veiculação", informou.

O Inep informou, em nota, que ainda não tem a confirmação da PF sobre o encerramento das investigações. "O Inep tem trabalhado com a Polícia Federal desde o início das investigações e qualquer candidato que tenha sido indevidamente beneficiado será punido de acordo com o edital".

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