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Rotina de estudos e domínio do conteúdo não os únicos mecanismos dos estudantes que vão fazer provas como o Enem 2016: o domínio da ansiedade também é um ponto fundamental nesse processo de preparação, que evita situações como o famoso “branco” na hora do exame.

Para relaxar

As psicólogas Giselle Diamante e Anitta Abed recomendam:

- Controle a respiração: respirar fundo, devagar e de forma consciente ajuda a evitar que a ansiedade aumente;

- Tome bastante líquido: se manter hidratado ajuda o corpo a funcionar da maneira correta, controlando as consequências da ansiedade. Chás com propriedades calmantes e suco de maracujá também ajudam ;

- Durma bem: dormir cerca de 8 horas por dia ajuda o corpo a ficar descansado e com mais energia para passar pelas provas longas do Enem;

- Se alimente corretamente: evite mudar a sua alimentação ou comer alimentos pesados durante a semana que antecede o Enem. Isso evita que você prejudique seu corpo nessa reta final. No dia da prova, leve um lanche, de preferência doce, pois o açúcar ajuda na liberação de hormônios que controlam a ansiedade;

- Diminua o ritmo de estudos: tente compreender que você já fez a sua parte durante todo o ano, agora é o momento de apenas revisar. Não tente estudar muitas horas seguidas;

- Faça exercícios físicos: caminhadas leves, voltas no parque ou passeios de bicicleta. Atividade física estimula a liberação de hormônios positivos (como a serotonina), o que faz com que você fique menos tenso;

- Se distraia:assista filmes ou séries, escute músicas e converse com amigos. Esquecer um pouco o Enem é uma boa dica para se sentir menos pressionado;

- Tente esquecer que é uma prova: foque em colocar em prática o que você estudou e, se conseguir, tente se divertir com a resolução dos conteúdos.

Pesquisas da área de psicologia apontam para uma relação direta entre bom desempenho e controle emocional – uma delas, feita em 2014 pelo MindGroup, comunidade internacional de cooperação na educação, mostra que o maior número de erros em uma prova de matemática aconteceu justamente nos momentos em que alunos ficaram mais nervosos.

O estudo, feito com 3 mil estudantes do Ensino Fundamental e Médio, mostrou que os ansiosos tiveram um desempenho 23% menor do que os demais, além de dificuldades para trabalhar em equipe.

Nessa reta final de preparação para o Enem, portanto, é essencial focar em métodos que ajudem no controle emocional. Para isso, a palavra-chave que deve orientar os participantes é autoconhecimento. “A primeira coisa é você reconhecer a ansiedade e assumir que ela está acontecendo. Esse passo é importante principalmente para reconhecer o que ela faz com você”, ressalta Anita Abed, psicóloga e psicopedagoga do Mind Lab. Comportamentos como roer unhas, comer demais, respiração ofegante e agitação são alguns dos sintomas da ansiedade, de acordo com a especialista.

O sentimento é natural e não tem relação direta com saber ou não o conteúdo da prova, já que mesmo quem estudou tende a ficar ansioso. “É comum, inclusive, que os alunos mais preparados sejam os mais nervosos para fazer a prova”, lembra Geraldo Sobrinho, professor de Biologia do Colégio Bom Jesus.

Depois de reconhecer o problema, a etapa seguinte é buscar maneiras para controlar ou reduzir as consequências – métodos simples se tornam grandes ferramentas, como beber água, chás (de ervas como camomila e erva-doce) e suco de maracujá. Giselle Diamante, psicóloga e orientadora profissional do programa Bom Aluno e da clínica Espaço Hummani, acredita que o mais importante para quem está ansioso é focar no que está fazendo no momento. “Se está comendo, você deve se concentrar apenas nisso. Se está estudando, a mesma coisa. Isso vai tornar seus atos mais conscientes, o que ajuda a diminuir a ansiedade”, aconselha.

Metáforas

O Mind Lab trabalha com métodos metacognitivos, que são metáforas para ajudar o participante a controlar a parte emocional. Alguns exemplos:

Método do detetive: na hora da prova, o participante precisa ler e “investigar” a questão com perguntas pertinentes para produzir e descobrir pistas, dados e informações que ajudam criar soluções.

Método da escada: para chegar a uma solução, a dica é identificar o passo a passo da execução. Como em uma escada, cada degrau é uma etapa resolvida e que deixa o participante mais próximo da solução final.

Método do semáforo: quando ficar na dúvida, a dica é lembrar do semáforo: no sinal vermelho você para e olha para a questão; no amarelo, fica atento ao equilíbrio emocional e respiração; no verde, recomeça a resolver a questão.

Melhorar a respiração é outra dica de Giselle. Ela ensina a técnica: “É bem simples: você deve inspirar por um período mais longo, segurar um pouco o ar e, no fim, soltar também por um período mais longo”. Anita orienta que, nesse momento, o estudante pense em uma tela em branco e tente “visualizar as respostas”.

Outros cuidados

As dicas de respiração das psicólogas são válidas tanto para o momento da prova, nos dias 5 e 6 de novembro, como nesses últimos dias que antecedem o teste. Para essa última semana, Giselle recomenda diminuir o ritmo de estudos e cuidar do corpo. “Preste atenção no sono, na alimentação, evitar usar tecnologia antes de dormir e controle bem a respiração. Isso vai fazer com que você chegue com muita energia nos dois dias do Enem”.

Durante a prova, lembra Anita, outras atitudes além da respiração podem auxiliar. “Para quem gosta de doce, um chocolate pode ajudar a aliviar a tensão, pois o açúcar age direto na liberação de alguns hormônios. Eu também não abriria mão da fé, seja ela no que for, inclusive no próprio conhecimento”.

O professor Geraldo alerta para outro cuidado: ao abrir o caderno de provas, aguarde alguns minutos antes de começar. “Nessa hora, o estudante recebe uma carga imensa de adrenalina e isso dá um branco. É normal do sistema nervoso. Se esperar um pouco, a adrenalina abaixa naturalmente e você faz uma prova com o emocional mais controlado”.

Por fim, as psicólogas recomendam focar no pensamento positivo - criar imagens positivas na cabeça e acreditar que fez a sua parte durante o ano é uma motivação que pode, sim, fazer a diferença no resultado final.

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