Edição de 2016 voltou ao tom interpretativo.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulga na quarta-feira (9) o gabarito oficial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para os cerca de 5 milhões de estudantes que realizaram a prova no último fim de semana (5 e 6 de novembro) – o projeto Enem a Toda Prova realizou a correção extraoficial com professores do Colégio Bom Jesus (veja as respostas e comentários do sábado e do domingo).

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A nota individual de cada candidato, com o resultado da redação e a soma final, baseada na Teoria de Resposta ao Item, sai no dia 19 de janeiro de 2017.

Para cerca de 240 mil estudantes que não realizaram a prova por conta das ocupações de escolas em todo o país, em protesto à reforma do Ensino Médio e a chamada “Pec do Teto”, que cria um limite para espaços públicos, o Enem será nos dias 3 e 4 de dezembro – no Paraná, são cerca de 43 mil alunos afetados. Para as pessoas privadas de liberdade e jovens que cumprem medida socioeducativa, haverá uma terceira versão do exame, que será aplicado nos dias 13 e 14 de dezembro.

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Além de ser o meio principal para conseguir uma vaga em parte das universidades públicas do país pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a pontuação do Enem é útil para diversas situações, como programas de bolsas e financiamento em universidades privadas (Prouni e Fies), seleção em faculdades particulares e cursos técnicos profissionalizantes (Sisutec), além da conclusão do Ensino Médio.

O Enem também pode auxiliar quem sonha estudar no exterior: 18 universidades de Portugal aceitam a nota do exame para seleção de brasileiros.

Avaliação

Neste ano, diferente da expectativa de muitos professores e especialistas em educação, o Enem voltou a ser uma prova com viés de interpretação e menos conteúdo técnico, ao contrário do que ocorreu em 2015. A prova de Ciências Humanas foi considerada complexa, e a de Matemática deu trabalho aos participantes. A proposta de redação pedia uma proposta de intervenção ao tema: “caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. Assuntos atuais, como o aedes aegypti e atletas paralímpicos serviram de contexto na prova.

Em 2016, o índice de abstenção do Enem chamou atenção: foi de 30%. Ainda assim, não superou o porcentual de 2009, quando 37,7% dos inscritos não compareceram.

Polêmicas

Além de operações da Polícia Federal, que foram deflagradas contra fraudadores do Enem e outros vestibulares, o tema da redação foi alvo de controvérsias: a proposta é bastante próxima ao de uma prova falsa divulgada nas redes sociais, cujo tema era “Intolerância Religiosa no Século XXI”.

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Apesar de o MEC e o Inep rechaçarem a acusação de vazamento, argumentando que o assunto da prova falsa “não permite que o participante desenvolva uma proposta de intervenção na realidade respeitando os direitos humanos, o que contraria os pressupostos metodológicos previstos no Edital do Enem”, o Ministério Público Federal do Ceará ajuizou uma ação na Justiça Federal para que a prova de Redação seja anulada.

Dias antes do Enem, o mesmo procurador, Oscar Costa Filho, tentou cancelar a prova este ano, por conta do adiamento para parte dos inscritos. Ele já é considerado “figurinha carimbada” contra o exame, por ter impetrado ações em edições passadas.