Educadores consideram que uma das melhores contribuições do Enem aos sistemas de seleção como um todo foi a forma inovadora de cobrar conteúdos. A estrutura do exame é constituída de uma redação em língua portuguesa e quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha. À primeira vista, o esquema não é muito diferente de qualquer vestibular. Contudo, a exigência inicial de, numa mesma questão, ter conhecimentos mais amplos, que envolvam da biologia à sociologia, introduziu um novo paradigma. Hoje, as matrizes são mais específicas, mas ainda reforçam duas capacidades ímpares: entendimento do que está acontecendo no mundo e potencial interpretativo elevado.

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Para Layana Oliveira, professora de Língua Portuguesa do curso Dynâmico, é importante que os estudantes se atentem aos gêneros de mídia, como cartuns, charges, artigos e editoriais. “Não custa nada para o candidato separar um tempo do dia para ler os periódicos e portais de notícias. Avaliar as características das notícias pode auxiliá-lo quando ele se deparar com as questões que exigirão pensamento crítico e possível intervenção, principalmente na redação”, diz.

De fato, o Enem exige uma espécie de escopo estrutural, subsídios que entram numa categoria difícil de mensurar: o potencial de leitura de mundo. Ao investir em competências e habilidades , as provas querem que o aluno seja capaz de algo além de responder questões. “É uma preparação social também, de estar permanentemente atento àquilo que está acontecendo ao nosso tempo”, completa Layana.

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