Quem está se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) provavelmente sonha em tirar nota mil na redação. Para isso, além de atender as cinco competências exigidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Universidade (Inep), o participante precisa produzir um texto que respeite os direitos humanos. Mas afinal, o que isso significa?
Quem responde a pergunta é o próprio Inep por meio da Cartilha do Participante, em que explica quais são os critérios considerados na hora de corrigir a redação. De acordo com o documento, desrespeitam esses direitos “propostas que incitam a violência, ou seja, propostas nas quais transparece a ação de indivíduos na administração da punição, como as que defendem a ‘justiça com as próprias mãos’ ou a lei do ‘olho por olho, dente por dente’”.
- fugir totalmente ao tema
- não obedecer à estrutura dissertativo-argumentativa
- tiver extensão de até sete linhas
- copiar o texto motivador, total ou parcialmente
- tiver impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação
- tiver uma parte deliberadamente desconectada do tema proposto
- desrespeitar os direitos humanos
- estiver em branco, mesmo que haja texto escrito na folha de rascunho
É importante que o participante tenha cuidado com essa exigência durante todo o texto, mas principalmente no momento em que for elaborar uma proposta de intervenção. Nesse sentido, uma redação que respeite os direitos humanos, segundo o Inep, é aquela que não atenta contra a “cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural”.
Em 2015, por exemplo, o tema da redação do Enem foi a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira. Portanto, o Inep considerou que os direitos humanos não foram respeitados em propostas que incitavam a violência contra a mulher ou contra os próprios infratores. Textos que defendiam a desigualdade salarial ou a diferença de tratamento entre os gêneros também foram considerados fora dos critérios exigidos.
Cada uma das cinco competências é avaliada separadamente e vale 200 pontos.
Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.
Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos
Fonte: Redação no Enem 2016 - Cartilha do Participante
Por outro lado, propostas que envolvem punições intermediadas pelo Estado, como pena de morte ou prisão perpétua, por exemplo, não desrespeitaram os direitos humanos. De acordo com o Inep, elas “não dependem da decisão individual”.
Fora isso, as soluções elaboradas pelos participantes ainda precisam estar amparadas pelos argumentos usados durante todo o texto e por detalhes de como ela poderia ser executada. “Ao redigir seu texto, procure evitar propostas vagas, gerais; busque propostas mais concretas, específicas, consistentes com o desenvolvimento de suas ideias”, explica a cartilha.
Acordo ortográfico
Outro ponto essencial na hora de escrever a redação do Enem é seguir a norma formal de escrita da língua, portanto, o acordo ortográfico, válido desde de 1º de janeiro de 2016, precisa ser respeitado pelo participante. O uso do acordo faz parte da primeira competência exigida pelo Inep, que vale 200 pontos na nota final da redação.
Tema
O participante também precisa escrever o texto dentro de dois aspectos obrigatórios: a proposição deve ser seguida e a redação deve ser do tipo dissertativo-argumentativo.
Por isso, o estudante não pode tratar o assunto sem passar pela questão que está sendo levantada. Um bom exemplo é a proposta elaborada em 2013: “discussão sobre efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”. O candidato fugiria ao tema se falasse sobre trânsito ou bebidas alcoólicas sem relacionar essas problemáticas com a lei.
No outro ponto, não se enquadra como uma redação dissertativo-argumentativa aquela que não apresenta “explicações, exemplificações, análises ou interpretações de aspectos dentro da temática solicitada” e uma “defesa ou refutação de ideias”.
Respeitando essa estrutura, o participante ainda precisará escrever, no mínimo, sete linhas, e não poderá copiar os textos motivadores, total ou parcialmente.
Exemplos de redações que tiraram nota mil e comentários sobre as produções podem ser vistas no site do Inep.
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