A prova do Enem e principalmente o tema da redação, que abordava a questão da violência contra a mulher, rendeu elogios por parte de famosos e políticos. Outras questões, também ligadas a temas feministas, foram alvo de críticas de deputados mais conservadores.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) elogiou o tema da redação e lembrou que o machismo e a igualdade de gênero são assuntos que devem ser debatidos pela sociedade. No ano passado, a questão de gênero acabou excluída do Programa Nacional de Educação (PNE) após pressão das bancadas mais conservadoras.
O assunto voltou a gerar polêmica neste ano nos debates dos planos de educação estaduais e municipais. “Debater a violência contra a mulher no Brasil e em pleno 2015 é mais do que obrigação das escolas, poder público e sociedade. Não nos calarão!!”, escreveu a deputada em sua conta no Twitter.
A cantora Pitty também usou o Twitter para anotar: “Maravilha esse tema da redação do Enem, hein? Boa sorte a todos que prestaram”.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e o secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita aprovaram o tema da redação. Maria do Rosário disse, no Twitter e no Facebook: “Violência contra a mulher na redação Enem é tema com adequação pedagógica, além de reflexão humanística importante”. Já Chalita escreveu no microblog: “Excelente tema. É preciso refletir sobre essas ações covardes, criminosas”.
Conservadores
Do lado mais conservador da política, os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Marcos Feliciano (PSC-SP) usaram as redes sociais para protestar contra uma questão do primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O item abordava o feminismo e trazia um texto da filósofa francesa Simone de Beauvoir, o que foi considerado uma tentativa de “doutrinação” pelos parlamentares. “Essa frase da filósofa Simone de Beauvoir é apenas opinião pessoal da autora, e me parece que a inserção desse texto, uma escolha adrede, ardilosa e discrepante do que se tem decidido sobre o que se deve ensinar aos nossos jovens”, disse Feliciano, por meio de uma rede social.
Ele ainda afirmou que o Ministério da Educação (MEC) tenta “impingir a teoria de gênero goela abaixo, com subterfúgios” para 7 milhões de estudantes.