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Ensino na prática: atividades fora da sala de aula ajudam a consolidar conteúdo

No Colégio Positivo, a terceira Lei de Newton é aprendida olhando para o céu: o primeiro ano do Ensino Médio, supervisionado pelo professor Paulo Hansen, promoveu um festival de foguetes. | Divulgação.
No Colégio Positivo, a terceira Lei de Newton é aprendida olhando para o céu: o primeiro ano do Ensino Médio, supervisionado pelo professor Paulo Hansen, promoveu um festival de foguetes. (Foto: Divulgação.)

Para os alunos do Colégio Marista de Maringá, entre o primeiro e o quinto ano do Ensino Fundamental, aprender o sistema monetário tornou-se uma atividade de gente grande. A escola decidiu transformar o pátio, durante uma tarde, em um minimercado, promovendo uma reflexão sobre temas como economia financeira e consumo consciente. 

“Fizemos uma parceria com uma rede de mercados da cidade, que disponibilizou gôndolas, cestas, produtos e funcionários para que pudéssemos simular uma transação comercial entre o estabelecimento e nossos alunos”, conta a coordenadora Claudia Hara.  

A atividade começou em casa, com a ajuda dos pais, que definiram com as crianças quais seriam os produtos essenciais para a compra. “Eles fizeram uma lista, e aconselhamos os pais a dar prioridade para aqueles itens básicos, como arroz, feijão, açúcar, para que a atividade não incentivasse o consumismo”, explica Claudia. 

“Nossa ideia era ensinar o sistema monetário e incentivar o consumo consciente nos alunos”, completa.  

Com um orçamento entre dez e quinze reais, as crianças puderam, em uma tarde, realizar as compras no mercado fictício e praticar conceitos como o protagonismo, a autonomia, a vivência de uma situação cotidiana e a oportunidade de colocar em prática os conteúdos adquiridos em sala de aula. 

“Nossa proposta pedagógica é trazer as crianças para a realidade em que estão inseridas”, acrescenta a coordenadora.  

Na piscina

Uma atividade prática desenvolvida no Colégio Positivo é a competição de Objetos Flutuadores Não Identificados (OFNIs). Nela, os alunos precisam projetar uma canoa com garrafas PET para uma competição que premia, no boletim, a equipe que conseguir atravessar mais rápido a piscina do colégio

A estrutura das canoas é construída com base no princípio da hidrostática (pressão hidrostática, densidade e força empuxo) e no conteúdo ensinado durante o ano e o professor de Física , Fabiano Freitas, explica que o princípio do empuxo é usado em todas as embarcações, como barcos e navios e também em balões, tripulados ou não.

"Para tirar do papel um projeto como esse é preciso, além das leis da Física, cooperação e trabalho em equipe”, diz o professor.

Pizzaria bilíngue 

Já no Marista Santa Maria, em Curitiba, a professora de inglês Fabiana Marques buscou inspiração na culinária para ensinar inglês aos alunos do Ensino Infantil de forma lúdica e totalmente prática. 

A educadora dividiu os tradicionais ingredientes de uma pizza entre as crianças, para que cada uma aprendesse o nome do alimento escolhido e o levasse para a escola no dia da elaboração do prato.  

“Cada um aprendeu o nome do seu alimento, seja tomate ou queijo, e então cada um teve a oportunidade de perguntar se o colega gostava de determinado ingrediente”, explica a docente. “E foi assim, sem perceber, em uma conversa entre amigos, que eles começaram a aprender a estrutura gramatical da nova língua”, afirma Fabiana.  

Ela acrescenta que todas as aulas são pautadas em conteúdos mais contínuos. “A ideia é que as crianças vivam uma imersão na língua inglesa, abordando o mesmo assunto durante dois, três meses”, completa. 

Foguetes e a Lei de Newton 

No Colégio Positivo, a terceira Lei de Newton é aprendida olhando para o céu: o primeiro ano do Ensino Médio, supervisionado pelo professor Paulo Hansen, promoveu um festival de foguetes.  

A atividade trabalhou com conceitos de ‘ação e reação’ de elementos químicos na Física, estimulando a interação entre os alunos a partir da construção de foguetes construídos de materiais recicláveis, como garrafas PET.  

“Para tirar do papel um projeto como esse é preciso, além das leis da Física, cooperação e trabalho em equipe”, explica Hansen. “Aprender a teoria é experimentar conceitos de Física que estão relacionados no dia a dia. Nós somos Física pura, não há como contestar isso. Levar o aluno a compreender noções de óptica, ondulatória e mecânica, experimentando, não tem preço”, explica.  

O professor também costuma utilizar a outras atividades em grupo, como a caça ao tesouro para explicar vetores. 

“No ensino da Física, a alternativa de relacionar o teórico ao prático traz uma maior compreensão dos conceitos e também prepara os alunos para novos desafios, estudos e competências que serão fundamentais para resolução de problemas para a vida profissional”, finaliza.

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