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O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli.
O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli.| Foto: Luis Fortes / MEC

Entidades de educação esperam que uma das primeiras decisões do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, seja refazer a lista de indicações para o Conselho Nacional de Educação (CNE) enviada por Abraham Weintraub à Casa Civil, antes de deixar o cargo. O ex-ministro escolheu 12 nomes para compor o órgão, que tem representantes da sociedade civil e é responsável por formular e avaliar a política nacional de educação.

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O primeiro teste para Carlos Decotelli como ministro será a lista de novas indicações para o Conselho Nacional da Educação (CNE). O Estadão apurou que, antes de deixar o cargo, Abraham Weintraub escolheu 12 nomes para compor o órgão, que tem representantes da sociedade civil e é responsável por formular e avaliar a política nacional de educação. Na lista há ligados a Olavo de Carvalho, sem expressão no meio educacional, e ao mercado do ensino superior privado, já atrelado ao governo Bolsonaro.

O primeiro questionamento dessas entidades seria a inclusão de nomes com pouca experiência em educação ou ligados ao mercado de ensino privado ou ao filósofo Olavo de Carvalho. Um deles seria Tiago Tondinelli, ex-chefe de gabinete de Ricardo Vélez, chamado de "integrante da ala olavista do ministério". Ele iria para a Câmara de Educação Básica do CNE. Outro nome é Gabriel Giannattasio, professor em Londrina, que já defendeu Olavo em artigos. Antônio Veronezi, um dos proprietários da Unisa e próximo de Weintraub e de Onyx Lorenzoni, é outro que aparece na lista. Segundo fontes, ele circularia livremente pelo MEC, defendendo interesses das faculdades privadas. Ele seria nomeado na Câmara de Educação Superior, com Wilson de Matos Silva, dono da Unicesumar, em Londrina.

A lista de pessoas indicadas pelas entidades para compor o CNE tinha mais dezenas de nomes preteridos por Weintraub, como o educador Simon Schwartzman e Malvina Tuttman, ex-reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Weintraub teria entregue suas escolhas à Casa Civil.

"Nossa expectativa é de que se consiga reverter essa lista, porque se for mantida teremos dificuldades", diz Mozart Neves, que é conselheiro atual do CNE. Ele afirma que para o novo ministro conseguir "cicatrizar as inúmeras feridas deixadas por Weintraub" terá de montar a própria equipe, com o mesmo pensamento técnico que Decotelli demonstra. "Então chamar reitores, estudantes, secretários, criar uma agenda positiva para educação brasileira. Todos estão com total falta de confiança no MEC." O atual presidente do CNE, Luiz Curi, elogiou a escolha. "Acho a indicação muito positiva, com trajetória bastante adequada ao cargo e ótimas referências."

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