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O fundador do movimento Escola Sem Partido, Miguel Nagib, classificou como “escandaloso” o vídeo em que alunos de uma escola pública de Manaus saúdam o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) como “salvador da nação“.

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As imagens foram divulgadas na semana passada pelo perfil do próprio Bolsonaro no Facebook. O vídeo foi gravado com o objetivo de convidar o deputado para a formatura da classe.  

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Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Sexta, 4 de agosto de 2017

Embora seja um colégio público regular, o colégio Waldocke Fricke de Lyra está sob administração da Polícia Militar do Amazonas. Por isso, os alunos usam uniformes e têm disciplina militar. 

No vídeo, que aparenta ser a compilação de duas gravações diferentes, os estudantes estão enfileirados e repetem as palavras ditas por representante da turma, acompanhado de um adulto com uniforme da Polícia Militar “Convidamos Bolsonaro, salvador dessa nação / Nos quatro cantos ouvirão completa nossa canção ”, dizem, em um trecho das imagens.  No vídeo que divulgou, Bolsonaro afirma que o convite é “irrecusável”

Para Nagib, o caso demonstra o uso partidário da escola. “Achei o episódio escandaloso. É um caso de partidarização de uma escola pública. Aqueles alunos não estão sozinhos, estão na frente de um monitor, um tutor”, disse ele nesta quarta à Gazeta do Povo

Nagib diz que o caso configura uma ilegalidade mesmo na ausência da lei da Escola Sem Partido no Amazonas. “Não pode haver esse tipo de manifestação dentro da escola. Fere o princípio constitucional da impessoalidade”, afirma.

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Depois de criticar o episódio na página do movimento no Facebook, Miguel Nagib tem sido alvo de apoiadores do deputado Bolsonaro. “Virou torcida de futebol: você nunca reclama quando o juiz marca pênalti roubado para o seu time”, afirma ele.

Para o coordenador do Escola Sem Partido, o episódio, em vez de lhe dar novos aliados à esquerda, servirá apenas para lhe retirar aliados à direita. “O que essas pessoas querem é usar o sistema educacional em benefício próprio. Elas só não querem que seus adversários políticos usem. Não estou me referindo à família Bolsonaro, mas aos seus apoiadores”, afirma.