O desejo de possibilitar ao filho o aprendizado de um idioma estrangeiro é comum aos pais que querem ver os rebentos preparados para o mundo e o mercado de trabalho. Para concretizá-lo, a primeira questão a ser respondida é qual proposta de ensino escolher: a de uma escola bilíngue ou internacional? Apesar de ambas terem o domínio de uma segunda (ou até terceira) língua como consequência natural, seus objetivos pedagógicos e até seus calendários são distintos, o que exige atenção das famílias no sentido de verificar se eles estão alinhados às suas expectativas.
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Perfil de público e calendário também são distintos
Mesmo não sendo restritos a públicos específicos, os ensinos internacional e bilíngue costumam atrair estudantes de perfis semelhantes. No primeiro deles, grande parte do corpo discente costuma ser formada por estrangeiros, em geral filhos de executivos de empresas multinacionais que vêm ao país a trabalho.
“Os programas são muito semelhantes em termos de estrutura para qualquer escola internacional. Então, a criança que vai do Brasil para a Inglaterra, por exemplo, tem uma transição mais fácil”, pontua Carolina Giannetto, coordenadora pedagógica da educação infantil e do ensino fundamental I do St. Francis College. Alunos que planejam fazer o ensino médio ou a graduação no exterior também estão entre o público-alvo da educação internacional.
No ensino bilíngue, por sua vez, os alunos são majoritariamente brasileiros que desejam adquirir fluência em um idioma estrangeiro, em especial o inglês, como lembra Caroline Tortato, supervisora pedagógica do Colégio Internacional Everest.
Calendário
Pela estreita relação com o país de “origem”, as escolas internacionais seguem os calendários cultural e escolar do Hemisfério Norte. Assim, o ano letivo destss colégios começa em agosto e se estende até junho do ano seguinte, como explica Gustavo Segui, gerente de marketing do International School of Curitiba (ISC).
Já as escolas bilíngues seguem o calendário brasileiro, de 200 dias letivos, tendo suas aulas iniciadas em fevereiro e finalizadas em dezembro.
No ensino internacional, por exemplo, o foco das atividades não se concentra somente na transmissão do conteúdo, mas no desenvolvimento das chamadas soft skills (características relacionadas à personalidade, como criatividade e liderança) e de uma “mentalidade internacional” nos alunos, como explica Carolina Giannetto, coordenadora pedagógica da educação infantil e do ensino fundamental I do St. Francis College, escola internacional com unidades em São Paulo. “[É uma preparação para que o aluno] seja um cidadão do mundo, tenha uma mentalidade aberta a diferentes culturas, seja crítico e compreenda os contextos globais”, explica.
Para isso, o programa curricular dessas escolas costuma contemplar o currículo brasileiro e também o do país de “origem” da instituição, o que permite aos alunos terminarem o ensino básico com um diploma que facilita o ingresso em universidades estrangeiras.
Com foco principal no domínio do idioma estrangeiro, as escolas bilíngues, por sua vez, costumam seguir apenas o currículo brasileiro. “Assim, elas oferecem uma preparação [mais voltada] aos processos seletivos nacionais, o que não exclui a possibilidade de o aluno se preparar para o ingresso em uma instituição estrangeira”, explica Caroline Tortato, supervisora pedagógica do Colégio Internacional Everest, escola bilíngue com sedes em Curitiba, Rio de Janeiro e Brasília.
Aulas
As aulas que os estudantes assistem nos dois sistemas de ensino também são distintas, em especial no que se refere à língua em que são ministradas. Nas escolas bilíngues, as aulas de Ciências, Artes e Educação Física costumam acontecer no idioma estrangeiro, como o inglês, enquanto as demais ocorrem em português. “Nas aulas de Inglês propriamente dito, o material utilizado é o mesmo do de um falante nativo, diferentemente do que ocorre nas escolas tradicionais, que costumam utilizar materiais nacionais”, afirma Caroline.
Nos colégios internacionais, as aulas de História, Geografia do Brasil e, obviamente, de Português, são ministradas no idioma. As demais disciplinas, incluindo a Matemática, costumam ter seus conteúdos apresentados na língua estrangeira. “A escola internacional se difere no que diz respeito à imersão na língua, pois, além das aulas, ela está presente durante toda a estadia do aluno dentro do colégio”, pontua Gustavo Segui, gerente de marketing do International School of Curitiba (ISC).
Professores
A composição do corpo docente é outro fator que reflete as diferentes perspectivas de ensino dessas instituições. Nas escolas internacionais, cerca de 40% a 50% dos profissionais contratados são professores expatriados, que lecionaram em diversos países do mundo. “Além da questão da língua, isso traz uma diversidade de culturas para dentro da sala de aula”, lembra Segui.
Já nas escolas bilíngues, os profissionais são brasileiros, sendo que cerca de metade deles têm fluência e, geralmente, certificação internacional no idioma estrangeiro adotado pela escola. De acordo com Caroline, do Colégio Everest, isso ocorre porque essas escolas precisam atender às normas da Secretaria de Educação, que determinam que os professores sejam licenciados nas disciplinas que irão lecionar. Ainda de acordo com ela, as escolas internacionais têm características diferentes neste sentido, pois seguem a regulamentação do país ao qual estão vinculadas.
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