Alunos da escola pública argentina levando a bandeira de Cuba para ser hasteada. Foto: Facebook | Reprodução.| Foto:

Um ato realizado em uma escola pública na Argentina reacendeu o debate no país sobre as propostas de evitar atos de doutrinação político-partidária em sala de aula.

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Em 20 de junho, uma instituição da província de Chaco promoveu uma homenagem ao guerrilheiro Che Guevara, com a presença do irmão dele, Juan Martín Guevara, e hasteou a bandeira de Cuba no mesmo mastro onde estava a bandeira da Argentina. Os alunos também cantaram um hino “de Che Guevara”. A escola é “Pública de Gestão Social”, ou seja, financiada pelo Ministério da Educação argentino, mas conduzida pela comunidade (como o modelo de charter schools nos Estados Unidos) – nesse caso, pelo Movimento Socialista Emerenciano.

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Um conjunto de fotos com professores e alunos vestidos de vermelho, um tablado com imagens do guerrilheiro e as duas bandeiras hasteadas foi compartilhado mais de 7 mil vezes no Facebook até a manhã desta quinta-feira (27).

Nesta semana, o ministro da Educação argentino, Alejando Finocchiaro, condenou publicamente o evento, pediu explicações para as autoridades do Chaco e afirmou que o sistema educativo não pode permitir qualquer prática de doutrinação.

“Um dos objetivos das nossas escolas é o de despertar o espírito crítico. Devem ensinar a pensar e não prejudicar a educação ao dizer o que se deve pensar. (...) Contatamos as autoridades provinciais para saber que medidas tomarão para evitar esse tipo de situações, que devem ficar definitivamente no passado”, postou o ministro no Facebook.

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Ao jornal Clarín, os responsáveis no Ministério da Educação pela escola no Chaco confirmaram o evento e informaram que uma escola de “gestão social”, pela legislação argentina, é um tipo de unidade educativa “impulsionada por diversos tipos de organizações sociais, fundações, associações civis sem fins lucrativos” que oferecem educação gratuita, subsidiada pelo Estado, “para atender setores da população de vulnerabilidade social”.

Procurados, os diretores da escola afirmaram que não existe nenhuma lei que proíba atos ou manifestações político-partidárias na instituição. No entanto, uma resolução nacional determina que a bandeira da Argentina não deve ser hasteada com bandeiras de outros países ou instituições.

O Movimento Socialista Emerenciano, organização que administra a escola com dinheiro público, transmitiu o evento ao vivo, do seu perfil no Facebook. Nos posts seguintes, a escola informou que o hino de “Che Guevara” era a canção oficial da instituição.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]