Justiça manda retirar aplicativo do Brasil
Folhapress
A Justiça do Espírito Santo determinou ontem que Google e Apple retirem o Secret de suas lojas de aplicativos. A decisão também vale para o Cryptic, que funciona de forma parecida. As empresas também devem desinstalar remotamente os aplicativos de smartphones ou tablets que estiverem com os programas.
A decisão liminar segue a ação pública do Ministério Público do Espírito Santo, protocolada na sexta-feira. A multa para cada dia de descumprimento é de R$ 20 mil e as empresas terão dez dias para fazer a remoção.
A ação civil pública sustenta que "diversas pessoas estão sendo vítimas de constrangimentos e ilícitos contra a honra sem que possam se defender, dado o anonimato das postagens no aplicativo".
Disponível no Brasil desde maio deste ano, o aplicativo Secret começa a fazer as primeiras vítimas em Londrina. De acordo com os usuários ouvidos pela reportagem, as difamações ganharam força em agosto, especialmente entre adolescentes. Até ontem a polícia não havia registrado denúncias formais envolvendo o aplicativo na cidade. "Mas alguns colégios particulares já nos procuraram para receber orientações e repassar aos alunos", diz o investigador-chefe da 10.ª Subdivisão de Polícia Civil, Márcio Ilkiu.
Diante da popularidade do app, algumas escolas e professores já se adiantaram e levaram a discussão sobre o uso do aplicativo para a sala de aula. O professor Nilson Castilho, do Colégio Marista de Londrina, conta que discute em meio à disciplina de Língua Portuguesa a tecnologia disponível do dia a dia dos alunos.
"Quando comecei a receber relatos sobre o Secret preparei uma aula para a gente debater o aplicativo. O ponto principal foi reforçar para os alunos que por mais que o aplicativo assegure o anonimato, não existe identidade preservada na internet. A partir do momento que você se cadastra, oferece seus dados para o administrador", lembra o professor.
A estudante Camilla Carine, de 15 anos, conta que é usuária do Secret, mas que, até agora, não foi citada no aplicativo. No entanto, Camilla afirma que algumas de suas amigas já foram vítimas dos comentários que circulam pela internet. "Conheço pessoas vítimas de cyberbullying diferentes. Tem desde vítimas de mentiras até amigas que tiveram fotos nuas divulgadas no aplicativo."
Ilkiu pontua que assim como em situações anteriores, os adolescentes são as principais vítimas da difamação on-line. "No começo do ano tivemos aquele problema das selfies e agora esse Secret. Não temos estatísticas sobre isso, mas novamente observamos que esta faixa etária é a mais afetada."
Para Castilho, o acesso fácil e abundante dos adolescentes aos aplicativos é o principal motivo para que eles sejam vítimas frequentes da difamação on-line. Ele alerta que, além da escola, a família deve estar atenta aos aplicativos usados pelos filhos. "Os pais têm que se informar sobre o conteúdo dos aplicativos para poder instruir os filhos sobre o uso dessa tecnologia. Se o pai desconhece a finalidade dos aplicativos, não conseguem estabelecer uma política clara de uso para os adolescentes."
Projetos paralelos de poder de Janja e Dino podem dificultar a reeleição de Lula
De aborto a Gusttavo Lima: o que você perdeu enquanto estava curtindo as festas de fim de ano
Soldado de Israel em férias no Brasil vira alvo da PF e recebe apoio de Bolsonaro
Concessões e PPPs atraem R$ 372 bilhões em investimentos privados até 2029