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Por falta de carteiras escolares para todos os alunos, a Secretaria municipal de Educação de Maceió, em Alagoas, adotou um esquema de rodízio que demonstra toda a precariedade do sistema educacional brasileiro. Reportagem de Odilon Rios, especial para O Globo, informa que na Escola Municipal Antônio Semeão Lins, no bairro do Jacintinho, periferia de Maceió, os 1.014 alunos foram divididos em dois grupos: os de séries ímpares (1 e 3), terão aulas em um dia; os de pares (2 e 4) no outro.

- Sem o rodízio, os alunos não teriam como assistir às aulas - justificou a diretora Rosimaire Piedade.

Desde o ano passado, ela avisou à secretaria sobre a falta de carteiras. Das nove salas de aula, apenas cinco tinham o equipamento. Só ontem, após reclamação dos pais pela imprensa, foram enviadas 101 carteiras.

- O rodízio continua porque uma turma ficou sem as carteiras. Agora, será assim: uma turma vai deixar de ter aula a cada dia - disse a diretora.

Na rede estadual de Alagoas, o problema é o mesmo. Na quarta-feira, a promotora Cecília Carnaúba fez uma inspeção na Escola Estadual Rosalvo Ribeiro, no Tabuleiro dos Martins, também na periferia. Dos mil alunos, apenas 500 tinham carteiras. Mas a diretora não adotou o rodízio. Quem quisesse aprender, que se sentasse no chão.

A Secretaria estadual informou que adquiriu 50 mil carteiras escolares e as distribuirá hoje. As carteiras que estão em depósitos só podem ser usadas para programas específicos, definidos pelo MEC. Segundo o Ministério da Educação, Alagoas ocupa as piores colocações nos números de analfabetismo, defasagem e repetência escolar.

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