Enquanto eu estava cortando o cabelo outro dia, comecei a conversar com a esteticista, que me contou sobre obter a certificação “Paul Mitchell Master Stylist”. Paul Mitchell é uma rede de cursos de estética e salões de beleza que treinam cabeleireiros.
Para se tornar um “master stylist” (“cabeleireiro máster”, em tradução livre), um funcionário de salão de beleza deve oferecer uma certa quantidade de serviços em um mês, que comprova que ele ou ela atingiu um alto nível de competência e construiu uma clientela.
A conversa me deixou pensando, como eu costumo fazer, sobre como muitas partes do setor privado estabelecem padrões de modo natural e eficaz – enquanto o governo, principalmente em se tratando de educação, é péssimo nisso.
Pense sobre todas as coisas que você gasta dinheiro na sua vida. Por que você escolheria um produto ou serviço em vez de outro? É porque o governo falou que você deveria fazer essa escolha? A não ser que tenha um incentivo fiscal, provavelmente não.
Mas no caso da educação, nós geralmente escutamos que uma escola é melhor do que a outra pelo governo, que estabelece os seus próprios padrões historicamente horríveis pelos quais ele julga as suas próprias escolas. Que sistema absurdamente falho!
O mercado ajuda os consumidores a fazerem escolhas
Eu não escolhi o salão que eu fui porque tem certificação Paul Mitchell (apesar de eu ter ouvido falar sobre a marca), mas eu ficaria inclinada, após ter uma experiência positiva lá, a escolher outro salão Paul Mitchell no futuro em vez de um salão não afiliado, se eu tivesse essa opção. É assim que o livre mercado funciona.
Muitas pessoas indicam oficinas mecânicas aprovadas pela AAA (American Automobile Association) e apenas têm seus carros consertados em estabelecimentos que a AAA certifica como de “alta qualidade”. Similarmente, quando eu era criança, eu fiz muitas viagens de carro com a minha família.
Nós ficamos em muitos acampamentos e aprendemos que quando víamos o selo de aprovação “Good Sam”,. Significava que o acampamento seria excelente.
Pessoas que se tornam personal trainers têm muitas opções de tipos de certificação que elas podem conseguir, e algumas são reconhecidas como um padrão mais alto e de maior prestígio do que outras, o que significa que ela terá maiores chances de conseguir um trabalho com melhor remuneração. O mesmo ocorre com faculdades.
Todo mundo costumava saber que se você frequenta uma instituição de ensino da Ivy League (a reputação está ficando menos precisa com o tempo), você provavelmente é inteligente, tem boa educação e é capaz de conseguir uma carreira de alto nível.
A Yelp!, a Angie’s List, estrelas Michelin e resenhas de produtos na Amazon fazem a mesma coisa. Eles nos informam quais produtos e serviços são os melhores. Eu poderia seguir listando centenas de exemplos de modos como as pessoas confiam no livre mercado para tomar decisões informadas sobre escolhas econômicas todos os dias.
Quando se trata de educação, entretanto, poucos têm escolha, e as “escolhas” que o governo faz por nós são geralmente baseadas em, como eu apontei anteriormente, padrões baixos (isso é um eufemismo) que eles inventam.
Padrões de Alto Risco
Como Valerie Strauss, do The Washington Post, escreveu em 2015:
Exames padronizados de alto risco se tornaram um marco da reforma educacional moderna por mais de uma década, começando com o uso desses exames na lei de 2002 ‘No Child Left Behind’ (‘Nenhuma criança deixada para trás’, em português) para ‘responsabilizar’ as escolas. As apostas para esses exames aumentaram com a competição de financiamento de US$ 4,3 bilhões do presidente Obama, ‘Race to the Top (‘Corrida até o pódio’, em tradução livre), na qual os estados poderiam ganhar financiamento federal ao prometerem empreender reformas específicas – incluindo a avaliação de professores por pontuações em exames e adoção de ‘parâmetros comuns
Ah sim, “parâmetros comuns”. O conjunto mais recente de parâmetros comuns provou ser – assim como a maioria das coisas que o governo supervisiona – um desastre de proporções épicas. Os Parâmetros Curriculares Comuns foram vendidos para os estados (que foram literalmente subornados para adotá-los) como um esquema de aparências para enganar os contribuintes a acreditarem que as escolas públicas poderiam seguir um padrão ideal. Os parâmetros acabaram se revelando péssimos; tudo o que eles fizeram foi servir como uma lembrança de que, seja qual for o padrão que o governo segue atualmente, ele é muito baixo.
Todo negócio, escola ou pessoa de sucesso (é necessário fazer um bom trabalho para ser recomendado) construiu uma reputação superior com base em mérito, não em padrões aprovados pelo governo. Chegou a hora de o nosso sistema educacional ter a mesma oportunidade e conquistar os estudantes, almejando padrões de qualidade que as famílias realmente desejam.
Dar aos pais uma escolha de onde os seus filhos serão educados garantiria que as escolas fossem colocadas em um padrão mais alto, determinado pelos pais, em oposição ao padrão baixo que as escolas públicas buscam hoje. E isso melhoraria o sistema drasticamente para todos.
Teresa Mull é associada de pesquisa em políticas educacionais no The Heartland Institute.
Publicado originalmente no FEE.
Tradução: Andressa Muniz.
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