Luciana com os filhos Ana Luísa (no colo da mãe), Lucas e Gabriela: metodologia Waldorf foi a que melhor se adequou às crianças| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Opções

Confira os métodos de ensino mais populares e que são encontrados nas escolas de Curitiba:

Conteudista

Preocupa-se mais com conteúdos formais, sem focar tanto na individualidade do aluno ou no desenvolvimento de raciocínio lógico. A avaliação é feita principalmente por meio de provas.

Construtivista

Incentiva a construção do conhecimento pelo próprio aluno e valoriza o pensamento e raciocínio. A avaliação também é feita principalmente com provas, mas essas têm um caráter de diagnóstico do aprendizado do aluno, apontando o que pode ser melhorado.

Interacionista

Aborda o ensino com ênfase no desenvolvimento social. O aprendizado decorre da compreensão do homem como um ser em contato com a sociedade. Os estudantes são incentivados a realizar trabalhos em grupo e o desenvolvimento é derivado da linguagem (pode ser combinada com a construtivista). Apesar de também usar provas, conta com métodos de avaliação mais livres, como trabalhos em grupo.

Waldorf

Valoriza o bem estar da criança no mundo e passa o conteúdo de maneira mais lúdica, por meio de poemas, música ou artes visuais. Não adota material didático, mas propõe que o aluno construa o seu próprio material de consulta no caderno. As avaliações são contínuas e diversificadas em diferentes formatos, que são usados também como diagnóstico e base para os futuros trabalhos.

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Escolher uma metodologia de ensino de acordo com as necessidades do aluno e as expectativas dos pais é importante, mas nem sempre é uma tarefa fácil. De acordo com a professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e doutora em educação Evelise Portilho, é preciso que haja uma sintonia entre o aluno e a maneira com que a escola trabalha, mas essa escolha pode representar um desafio para os pais. "A maioria das escolas hoje está baseada na teoria interacionista, que é reconhecida como mais 'moderna', mas nem sempre funcionam tanto na prática quanto no papel", afirma Evelise.

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A pedagoga Maria Célia Aires, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), esclarece que muitas escolas sequer adotam uma única metodologia. "Elas acabam adotando o que acham de melhor em cada uma delas. O processo acaba ficando mais rico."

Por isso, além de pesquisar como o colégio aborda o ensino no projeto pedagógico, é importante saber se esses conceitos são aplicados na prática. "A melhor coisa é fazer uma visita, pedir para conhecer o projeto pedagógico e cruzar essas informações." Para isso, vale fazer perguntas no sentido de investigar a relação do cotidiano da sala de aula com o prometido nos documentos.

Os pais também devem cuidar para perceber se a criança se adaptou ao método adotado pela escola. "Nem sempre um bom colégio com uma proposta consistente vai atingir todo mundo. É preciso ver como o filho está quando chega em casa, como são os amigos, o que ele conta do colégio. Quando a adaptação não acontece, os pais devem pensar em trocar o filho de lugar", diz Evelise.

Foi o que aconteceu com a química Luciana Sonchini Lozano e a filha Ana Luísa, de 7 anos. O primeiro colégio frequentado por Ana Luísa era tradicional e conteudista. Logo Luciana percebeu que ir à escola não estava fazendo bem à menina. "Ela voltava cansada, não queria falar sobre o dia e ia logo para o sofá", conta Luciana, que passou então a procurar outras metodologias de ensino.

Depois de alguma pesquisa, a troca foi feita. "Uma amiga já tinha os filhos na escola Turmalina e eu já conhecia um pouco da metodologia Waldorf. Fiquei encantada com a simplicidade. Há um respeito com a criança, com o momento em que ela está pronta para aprender", diz Luciana, que depois matriculou os filhos mais novos, os gêmeos Lucas e Gabriela, na mesma escola.

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Ao contrário dos métodos tradicionais que valorizam o conteúdo, a proposta da metodologia Waldorf é incentivar o conhecimento aliado ao sentimento do aluno. o conteúdo é apresentado de forma artística, por meio de poesias, imagens, desenhos e histórias. "Queremos que o aluno desperte suas potencialidades e que se sinta confortável no mundo, que não é um lugar fácil", diz a professora da Turmalina Andrea Fabiana Galvez.

Uso de livros ou apostila é outra dúvida

Mais uma questão a ser pensada pelos pais no momento de avaliar a metodologia das escolas é a diferença entre o uso de livros didáticos e apostilas. "Em geral, apostilas têm uma capacidade de sintetizar mais o conteúdo, enquanto os livros didáticos são mais densos, contextualizados e aprofundados", explica Daniele Saheb, professora de pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e doutoranda em educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

"Essa capacidade de sintetizar e organizar o conteúdo para facilitar a memorização das apostilas pode ser muito interessante para alunos de ensino médio, mas é um ponto negativo para os alunos mais novos do fundamental, que ainda não têm uma visão abrangente do conteúdo", comenta Daniele. Por outro lado, os livros são abrangentes, mas podem ser confusos para alunos que tenham dificuldades de organização na hora de estudar.

Quando visitarem o colégio, os pais devem pedir para olhar os materiais adotados e pensar qual se ajustará melhor ao perfil do filho. Mas é importante descobrir também como os materiais são trabalhados na prática. "As apostilas são sucintas, mas podem ser aprofundadas na experiência da sala de aula. Assim como livros, que são mais reflexivos, podem ser pouco trabalhados e perder essa característica", avalia Daniele.

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