Casa noturna bem preparada para receber o público e seguranças treinados é o mínimo que se espera quando chega a hora da balada. Entretanto, tudo isso não garante segurança, especialmente quando há álcool em excesso envolvido. Essa foi uma das conclusões dos participantes da primeira edição do Papo Universitário de 2013, sobre a "Balada segura", ocorrida na última quarta-feira no Teatro Paiol, em Curitiba.
Foram duas horas em que cerca de 300 universitários e interessados no assunto debateram três temas principais: a fiscalização e a adaptação das casas noturnas a normas de segurança; a relação dos baladeiros com profissionais responsáveis pela ordem dos estabelecimentos; e o consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens.
Para estar no centro do debate, foram convidados o blogueiro e DJ Celso Ferreira, a professora e radialista Luciana Worms, o empresário e diretor comercial do Grupo Wood's, Fabrício Maggi Schmidt, e o major da Polícia Militar Olavo Vianei Nunes, coordenador da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu).
Entre os quatro convidados, o major foi bastante solicitado pela plateia para esclarecer dúvidas sobre a fiscalização das casas e eventos noturnos e sobre a Lei Seca. Uma estudante chegou a dizer que circula bastante de carro à noite e que não vê fiscalização suficiente. Em resposta, Nunes disse que o trabalho com blitze para identificar motoristas que dirigem embriagados tem sido intensificado.
Vigilantes
Como frequentadora de casas noturnas, Luciana disse que a segurança nunca foi uma grande preocupação dos estabelecimentos. Ela espera que, com a tragédia da boate Kiss em que 241 pessoas morreram em Santa Maria (RS) , esse cenário mude. Em relação à postura de vigilantes, ela disse que "a truculência nunca é esperada em uma casa de show". Sobre esse tema, Celso reforçou que deve haver bom senso por parte de todos os que trabalham ou se divertem na balada.
Questionado se os seguranças trabalham em prol dos clientes ou do estabelecimento, Schmidt respondeu que os profissionais trabalham para a casa, em prol dos clientes. "A equipe de segurança deve fazer a organização da casa para que tudo funcione e tenha começo, meio e fim, com diversão para todos."
Fabrício também esclareceu que a melhor forma de evitar acidentes na noite é treinar bem os funcionários e admitiu que o maior lucro das casas noturnas é com a venda de bebidas, com ou sem álcool. "Temos uma enfermaria dentro da Wood's para atender cliente que possa estar embriagado ou alterado, mas não podemos medicá-lo. Se for preciso, acionamos uma ambulância para atender a pessoa que precisa de ajuda", conta.
Vida e Cidadania | 3:21
Em duas horas de discussão, universitários falaram sobre segurança, consumo de álcool, conforto e comportamento de equipes de segurança