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Paixão pelo ensino

Henry Milleo/Gazeta do Povo

"Há 31 anos no Setor de Educação da UFPR continuo com a mesma paixão pela educação pública, para todos e de qualidade. Nesse tempo vivenciei compassos e descompassos, tristezas e alegrias, muitas dúvidas e algumas constatações. Mas uma única certeza: a paixão por ensinar, pesquisar e a vida em comunidade. A precariedade da educação brasileira, a violação dos direitos humanos e a integridade de algumas pessoas me ajudaram a ser resiliente. Na UFPR encontrei ‘meu norte’ e construí o meu jeito de caminhar por estradas ainda tortuosas: o conhecimento sobre drogas e o compromisso social com a prevenção; a causa da diversidade; a luta contra a aids e a discriminação; sociedades científicas; minha militância política."

Araci Asinelli Luz, doutora em Educação e professora da UFPR.

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Pela liberdade

Marcelo Elias/Gazeta do Povo

"A UFPR foi um importante foco de resistência contra a ditadura militar. Numa época extremamente repressiva, com os órgãos de comunicação e a vida cultural da cidade submetidos a uma rígida censura, várias atividades desenvolvidas nela por alunos e professores representavam um respiro de liberdade diante do clima sombrio reinante. Participei ativamente do movimento estudantil da época e nunca vou esquecer de uma assembleia no pátio da Reitoria, que foi completamente cercado pela PM, enquanto um ameaçador helicóptero sobrevoava o local."

Fernando Severo, cineasta e diretor do Museu da Imagem e do Som. Cursou Engenharia Civil na UFPR de 1976 a 1980 e formou-se em 1986 em Publicidade e Propaganda pela instituição.

O alcance da Universidade Federal do Paraná (UFPR) não fica restrito às salas de aulas. Projetos que envolvem estudantes e comunidade estão distribuídos nas mais diversas áreas e muitos estão concentrados na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec). Conheça um pouco mais sobre algumas dessas iniciativas que têm difundido arte, cultura, saúde e conhecimento Paraná afora.

Festival de inverno

Todo ano, a UFPR promove o Festival de Inverno, que – em oito dias de cursos, mostras e apresentações – leva cerca de 50 mil pessoas a cada edição a Antonina, no litoral do Estado. Apesar de o evento ser realizado somente em julho, a coordenadora de Cultura da Federal, Lucinha Mion, conta que o festival gera empregos aos antoninenses e rende trabalho para o ano todo. "Antonina tem se preparado. O festival deu um incremento muito bom para o local em relação ao turismo e em contrapartida temos uma cidade que é completamente artística", diz.

O próximo festival, em 2012, será temático. Pela primeira vez, a programação e as apresentações girarão em torno de um mesmo tema: o centenário da UFPR. Além do evento em Antonina, a unidade cultural da Federal desenvolve outras atividades em Curitiba, como: coro, orquestra filarmônica, grupo de MPB, companhia de dança e teatro. Lucinha destaca o curso de dança moderna para crianças a partir de 9 anos e a musicalização infantil. Todos os grupos são formados por pessoas ligadas à universidade, mas a participação é aberta ao público.

Pesquisa com compromisso social

Neste ano, o setor de Extensão da UFPR desenvolveu 225 projetos de formação. Um exemplo é a Incubadora Tecnológica e de Cooperativas Populares. "Não é só ensinar a plantar, mas oferecer uma formação que ajude uma comunidade a se organizar, formar cooperativas, fazer diagnóstico e buscar recursos", diz a coordenadora de Extensão, Nadia Gaiofatto Gonçalves. Para ela, apesar de os projetos serem encarados por alguns como assistencialistas, eles são os que mais permitem ao aluno vivenciar o compromisso social e a responsabilidade da sua formação. A ideia é permitir que comunidades atendidas se auto-organizem e se articulem para garantir o próprio desenvolvimento.

Preservação do patrimônio

Cerca de 80 mil artefatos fazem parte do acervo do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da UFPR, com sede em Paranaguá. Um dos objetivos da unidade é preservar e dar acesso à comunidade ao patrimônio histórico-cultural paranaense. Lá, alunos bolsistas têm a oportunidade de ir a campo e ajudar a manter peças e coleções, divididas em cultura popular, documentação textual, sonora e visual, etnologia indígena e arqueologia. Márcia Cristina Rosato, diretora do MAE, diz que o museu está com programação especial para o centenário, que inclui uma exposição de longa duração em Paranaguá.

Um caminho de cultura

Até o final de 2012, Curitiba deve ganhar um Corredor Cultural. O projeto da UFPR, que envolve outros setores, tem o objetivo de revitalizar espaços culturais localizados entre o Prédio Histórico da Praça Santos Andrade e o Teatro da Reitoria. Ao todo, estão orçados cerca de R$ 30 milhões para as obras. "O corredor estabelece integração da arte e da cultura para a população, favorecendo o amplo acesso a esses ambientes", diz Elenice Novak, pró-reitora de Extensão e Cultura.

Publicações

A Editora UFPR, em funcionamento desde 1987, imprimiu este ano 28 livros. Apesar de atender publicações de quaisquer temas, frequentemente as obras tratam das áreas de pesquisas culturais e científicas produzidas dentro da UFPR. "O livro é sempre temperado para atingir o interlocutor geral. A editora faz o processamento da linguagem mais específica para a obra atingir um público maior", diz Gilberto de Castro, diretor da Editora UFPR.

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