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Festa regida por batuques

Os irmãos Fernando, Felipe e Lucas França participam de baterias diferentes. | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Os irmãos Fernando, Felipe e Lucas França participam de baterias diferentes. (Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo)

Elas nasceram para animar as torcidas e incentivar os atletas durante os jogos universitários. Mas o ritmo dos batuques e as letras animadas cativaram tanto os alunos que as baterias dos estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) cresceram e ganharam vida própria, independente das competições. Para festejar o sucesso dos grupos, nada melhor do que uma festa que reúne todos: a Batucada Federal.

Ao todo, cinco baterias se apresentam no evento: Bateria do C7, Bebaacos, BaterASA, Os Federais e Medbloco – representando os estudantes de Engenharias e Arquitetura e Urbanismo, Comunicação Social, Ci ências Sociais e Aplicadas, Direito e Medicina, respectivamente.

A festa foi criada em 2010 pelas baterias e atléticas (associações que promovem eventos esportivos) da UFPR. É um churrasco que tem a participação de todo o meio universitário. O evento organizado em uma chácara costuma durar um dia inteiro. Além de integrar alunos de cursos e faculdades diferentes, angaria fundos para a compra e a manutenção de instrumentos. "O clima é de carnaval fora de época. O público fica ansioso para ver a bateria do seu curso. É festa no palco e na plateia", diz o estudante de Administração da UFPR Gabriel Vieira, da BaterASA.

Organização

Desde a organização, a regra é misturar todo mundo. Grupos formados por estudantes de cursos diferentes ficam responsáveis pela recepção dos convidados e do trabalho nos bares. Entretanto, a rivalidade entre as baterias aparece na hora do show. "Nos bastidores, as atléticas se ajudam bastante, existe compra, venda e empréstimo de instrumentos usados. Os mais experientes deixam que os novatos assistam aos ensaios para que todo mundo cresça. Mas nos jogos e na Batucada a disputa é necessária, motiva a esportividade", diz outro integrante da BaterASA Diogo Becker.

A batida está no sangue dos França

Na família França o gosto pelo compasso rítmico das baterias é hereditário. Os irmãos Fernando, Felipe e Lucas – de 22, 21 e 19 anos, respectivamente – tocam cada um em uma bateria diferente da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O mais velho, Fernando, foi o primeiro a passar no vestibular, no curso de Engenharia Civil. Mas foi o irmão do meio, Felipe, que começou primeiro em uma bateria. Ele entrou para o curso de Direito em 2008 e passou a tocar repique (também conhecido como repinique) na bateria Os Federais.

"Sempre tivemos esse gosto por bateria. Foi meio natural. Antes da faculdade, eu e o Fernando já tocamos em baterias de torcidas de futebol. Sempre gostamos de ir ao estádio", conta Felipe. Para Fernando, entrar na Bateria do C7 foi uma questão de tempo. "Sempre gostei muito de baterias, escolas de samba, samba­enredo. Quando a Bateria do C7 foi criada, quis entrar logo de início, mas não tinha tempo para ensaiar. Isso só aconteceu em setembro de 2010", conta o estudante, que prefere o tamborim.

Um ano mais tarde, foi a vez de Lucas entrar para tocar repique na Bebaacos, assim que começou ocurso de Jornalismo. "Via muito meus irmãos tocando, deu vontade e eu fui", conta.

Sem ensaio

Em casa não tem batuque – cada um dos irmãos ensaia com a sua respectiva bateria –, mas eles se ajudam com conselhos. A Batucada é a oportunidade deles verem o trabalho dos outros. "Tem aquela rivalidade de irmão. A gente tira sarro um do outro, mas nada sério. Cada um conhece os integrantes das baterias dos outros e o clima é de amizade", diz Lucas.

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