O Paraná pode estar vivendo, a partir deste ano, um boom nas matrículas do ensino profissionalizante (ensino médio integrado ao técnico), e o Censo da Educação Básica de 2009 reafirma esta tendência. O estado registrou o dobro do crescimento nacional de matrículas nesta modalidade entre os anos de 2008 e 2009. O aumento foi de 16,3%, enquanto no Brasil esta variação ficou em 8,3%.
Em todo o país, foram 65.655 matrículas a mais nesta modalidade de ensino, totalizando 861.114 estudantes. Os estados com mais acréscimos proporcionais em matrículas foram Rondônia (59,6%), Ceará (37,9%), Piauí (35,4%), Mato Grosso (34,7%), Rio Grande do Norte (33,7%) e Pará (31%).
A pró-reitora de Ensino, Pesquisa e Pós-graduação do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Zita Castro Machado, afirma que o aumento em matrículas de ensino profissionalizante será observado nos próximos anos devido à expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica, que prevê investimentos da ordem de R$ 1 bilhão para recuperação ou construção de novos institutos federais. "A exigência para a criação dos institutos é oferecer pelo menos metade das vagas para o ensino médio integrado ao técnico", afirma.
No Paraná, Zita ainda credita o aumento das matrículas à atuação da rede estadual de ensino, com mais ofertas de cursos. O estado foi o que mais teve recursos aprovados no ano passado, mais de R$ 104 milhões, pelo Programa Brasil Profissionalizado, do governo federal. O programa oferece verbas para as unidades da federação que apresentarem projetos para expansão da oferta da educação profissionalizante. Atualmente mais de 74 mil alunos são atendidos na rede estadual, em cursos técnicos, técnico integrado ao ensino médio e em cursos profissionalizantes para a educação de jovens e adultos. Segundo a superintendente em educação da Secretaria de Estado da Educação, Alayde Digiovanni, os números refletem a postura da atual gestão, que desde 2003 trabalha na recuperação da educação profissionalizante. "Havia uma pressão muito forte para o fechamento das escolas técnicas, o que favoreceu a ampliação de oferta na rede privada. Como o Paraná já vem investindo há alguns anos nesta modalidade de ensino, temos condições de apresentar projetos mais rápidos para captação de mais recursos", afirma.